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opinião
Fica a sensação de que ele será provisório
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Não gostei nem desgostei
da indicação de Dunga para a
seleção. Nem foi surpresa, já
que a CBF quis repetir o que
fizeram Alemanha e Holanda, na Copa, e Itália, logo
após o Mundial. Dunga tinha
também um bom relacionamento com a CBF.
Como jogador, Dunga tinha perfil de que poderia se
tornar um bom técnico. Isso
é mais importante do que a
qualidade do jogador. Dunga
foi também um excelente volante, melhor do que parecia.
Mas ele não teve nenhuma
experiência no cargo. Nem
foi pela imprensa um analista durante algum tempo, que
é um bom treino para um ex-jogador virar técnico.
Para amenizar essa deficiência, será necessária a
presença de um técnico experiente ao seu lado, mesmo
que esse treinador não tenha
prestígio no meio. Uma coisa
é certa e terá que ser feita
com qualquer técnico, que é
a renovação de mais ou menos metade da seleção.
O fato de Dunga ter sido
um jogador de estilo guerreiro e um capitão que gritava
muito com os jogadores vai
sensibilizar a opinião pública, já que a principal queixa
no Mundial foi a de que os jogadores não tiveram garra.
Penso que isso ocorreu muito mais pelo estilo apático de
jogar do time do que pela falta de vontade dos atletas.
Uma coisa que não gosto
em Dunga é o fato de que ele,
para defender a seleção de 94
-tem sua razão-, critica
sempre a seleção de 82, como
se ela fosse um grande fracasso pela perda do título.
Não dá para dizer se vai dar
certo ou não. Mas fica a sensação de que será um técnico
provisório, talvez um bom
auxiliar para quem irá dirigir
o Brasil na Copa de 2010.
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