São Paulo, sábado, 25 de julho de 2009

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MOTOR

Trocando em miúdos


Disputa de cidades para sediar a Indy em pistas de rua escancara a falta de estrutura dos autódromos pelo país


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O ESTATUTO da CBA proíbe uma cidade que tenha autódromo de realizar provas em circuito de rua. Mas há chances reais de o Rio de Janeiro receber uma corrida da Indy, no aterro do Flamengo. No ano que vem ou em 2011.
Como pode? Bem, como sempre, há um lado bom e um lado ruim. O bom: empossado em março, Cleiton Pinteiro, presidente da confederação, admite ignorar tal ponto do estatuto caso este seja o último empecilho para o encontro de Tony, Helinho e companhia com a baía de Guanabara. "Se for para mostrar para o Rio como o automobilismo é importante e rentável, eu quebro este paradigma", declarou à coluna. O ruim: mais do que um gesto visionário ou uma adequação ao que ocorre em outras plagas (mire-se no exemplo de Valência), a decisão denota que não havia outra saída. Porque o autódromo de Jacarepaguá hoje é autódromo só no nome, cortesia do COB. Mal e mal, consegue receber a Stock e suas categorias satélites. Indy? Esquece. Naquele arremedo de pista, seria temerário, arriscado, tecnicamente inviável. Mas tem mais do lado ruim. Pois Jacarepaguá é apenas o exemplo mais gritante da desgraça em que se encontram os autódromos do país. É sintomático: além do aterro, as outras opções analisadas pela Indy foram/são São Paulo, Brasília, Salvador, Campinas e Ribeirão Preto. A pista de Brasília hoje não reúne condições. Precisaria de uma belíssima reforma. Interlagos, pelo contrato com a F-1, não receberia a categoria americana. As três últimas cidades não possuem autódromos. Como no caso carioca, teriam de apelar para circuitos improvisados. O resumo desse tão ampliado lado tão ruim da questão: com as exceções de Interlagos e Curitiba -que estranhamente não aparece entre os cotados-, o Brasil não conta hoje com praças adequadas para o esporte a motor em alto nível. Como prosperar assim? Não dá. A culpa, que fique claro, é da administração anterior da CBA, que deixou a situação degringolar. Mas há uma gestão nova aí. E que precisa fazer algo sobre isso. Urgentemente.

NELSINHO
Quando a relação chega a um ponto em que o empregador diz estar cansado de desculpas e o empregado declara que o chefe não entende "porra nenhuma", a divulgação da carta de demissão é questão de tempo. De pouquíssimo tempo.

INTROMISSÃO
A McLaren vem crescendo GP a GP e andou bem ontem. Péssima notícia para a Brawn, já que a Red Bull aparentemente continua na ponta.

BRUNO
Para 2010, Bruno Senna diz que só não conversa com USF1 entre as novatas. O time, afinal, deve ter Wurz. E sonha com Danica.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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