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BASQUETE
Desprezo espanhol motiva o Brasil no primeiro mata-mata
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Nem o técnico Antonio Carlos
Barbosa conseguiu motivar as jogadoras para a última partida da
seleção feminina na fase de classificação, contra a Austrália, no domingo passado, quando o Brasil
perdeu por 18 pontos (66 a 84).
Para o jogo de hoje, contra a Espanha, pelas quartas-de-final, ele
ganhou uma ajuda extra de onde
menos esperava: do treinador do
time rival, Vicente Rodríguez.
"O Brasil é o adversário que todos queríamos nas quartas-de-final. Temos condições de ganhar,
se fizermos uma boa partida e formos bem na defesa. Em outras palavras, para a Espanha perder, terá que jogar mal, e as brasileiras
muito bem", disse Rodríguez.
Quem primeiro reagiu às declarações do treinador foi a ala-armadora Iziane, que as leu pela internet e passou a história adiante.
"Isso só motiva a gente ainda
mais a querer vencer a partida",
afirmou a jogadora, que já atuou
pelo Yaya Maria Breogán e pelo
Salamanca na liga espanhola.
"O técnico espanhol pode dizer
o que quiser. Mas esse tipo de declaração mexe com o brio das
atletas", completa a ala Janeth.
Rodríguez mostrou desconhecer o adversário de hoje até ao
analisar seus pontos fortes.
"A Alessandra é uma ameaça. A
Janeth é uma armadora muito
boa. Além disso, a Karla é uma excelente ala-armadora. A Helen é
ainda melhor. A Iziane completa
o time", disse Rodríguez, confundindo a posição da principal atleta brasileira, tirando do time titular Cíntia Tuiú e destacando uma
reserva, Karla, que, em média,
atua pouco mais de seis minutos e
faz 5,7 pontos por jogo.
O desprezo não ficou restrito ao
treinador. A maior estrela espanhola, Amaya Valdemoro, 28,
que recentemente jogou no Brasil,
onde disputou o classificatório da
Copa do Mundo de clubes pelo
Americana, está otimista.
"Gostei desse emparelhamento.
Vencemos nas duas últimas vezes
que jogamos contra as brasileiras.
Foi melhor do que Austrália e
Rússia. Elas não têm uma boa defesa", afirmou a ala.
O argumento é refutado por
Barbosa, que mostra as estatísticas das equipes. O Brasil é a quinta melhor defesa do torneio. O time leva, em média, 72,2 pontos
por jogo. A Espanha aparece uma
posição acima, com 66,8 pontos.
"Não acho que nossa defesa seja
tão frágil assim. Os dois jogos que
perdemos [contra Rússia e Austrália] não foram por problemas
defensivos. Em um, tivemos
aproveitamento ruim nos três
pontos. Em outro, fomos mal nos
arremessos de dois", analisou.
Para Helen, o jogo de hoje, que
já era decisivo, torna-se mais importante após as provocações.
"Ele define se disputaremos medalha ou se iremos para o torneio
de consolação, que por mim nem
existiria. Tudo o que vem de adversidade serve como estímulo",
disse a armadora, cujo marido,
Octavio Lafiaccola, é espanhol.
"Mas agora ele é 100% brasileiro."
NA TV - Bandsports2, Sportv
Brasil, ESPN Brasil e Globo,
ao vivo, a partir das 14h
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