São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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TOSTÃO

Início de mudanças


Após a Copa, mudaram o discurso e a maneira de jogar de alguns times brasileiros


Nas últimas semanas, escutei, com frequência, na imprensa e nas entrevistas de jogadores e treinadores, expressões que eram pouco comuns antes da Copa do Mundo da África, como trocar mais passes, ter mais a posse de bola, marcar mais à frente, jogar com a bola no chão e outras.
Nos gramados, tenho visto também boas partidas. Será o começo de mudanças ou apenas uma onda passageira?
Quando escrevo que no Brasil os times jogam demais a bola na área, não me refiro aos lances de bolas paradas. Esses são importantes, precisam ser treinados e executados durante as partidas.
É preciso separar também o cruzamento para a área para se livrar da bola, a jogada mais comum no futebol brasileiro, do passe, quando o jogador olha e coloca a bola entre os zagueiros, na cabeça do companheiro, como fez Kléber, do Internacional, no gol de Giuliano contra o Chivas, no jogo de ida da final da Libertadores, no México.
Trocar muitos passes é um estilo bonito e eficiente. Não confundir com excesso de toques curtos de bola, para o lado e longe do gol, como vimos muito na Copa do Mundo. Trocar passes não é também a única maneira de vencer, mas é a mais encantadora.
Fluminense e Corinthians têm ótimas vantagens no Campeonato Brasileiro.
Muricy Ramalho disse que fica aliviado, e não feliz, quando vence. Essa tensão é uma característica de pessoas vitoriosas, mas não é boa para a saúde.
Diferentemente de Mano Menezes, que colocava Jorge Henrique para atacar e também para marcar o lateral até a linha de fundo de seu campo, o técnico Adilson Batista escala Jorge Henrique na frente, nas costas do lateral, como fazia com Thiago Ribeiro no Cruzeiro.
Paulo Vinicius Coelho disse que o Corinthians, com Mano Menezes, destacava-se pelo posicionamento e, com Adilson Batista, pela agressividade. É isso. Por essa razão, o Corinthians, com Mano, era um time bastante regular, que quase não perdia. Com Adilson, deverá fazer partidas muito mais brilhantes, mas também outras ruins, por correr mais riscos, como acontecia no Cruzeiro.
Grêmio e Atlético-MG continuam na turma de baixo. Os amigos de Luxemburgo colocam na falta de empenho dos jogadores o motivo do fracasso da equipe. O técnico fez o mesmo, ao dizer que os atletas não têm fome de vencer.
O Grêmio, como no ano passado, não ganha fora. O time se sente inseguro sem o apoio da torcida. Só o Analista de Bagé, com a técnica do joelhaço, pode curar essa carência afetiva.


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