São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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O pior Schumacher

Em sua 17ª temporada na F-1, a primeira pós-aposentadoria, piloto da Mercedes registra os números mais negativos da carreira

TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO

A expectativa era enorme.
A realidade, porém, tem se mostrado bem diferente para Michael Schumacher, 41, sete títulos mundiais no currículo e que deixou o conforto de casa na Suíça para voltar à pista na F-1 no início do ano, contratado pela Mercedes.
Acostumado com sua primeira passagem na categoria, recheada por vitórias, títulos e recordes, o alemão está tendo de se adaptar à sua nova condição, a de ser apenas mais um piloto no grid.
Passadas 12 etapas do Mundial, os números apontam para a pior temporada de Schumacher na F-1 -apesar de ter estreado na categoria em 1991, seu primeiro Mundial completo foi em 1992.
Nono no campeonato, os melhores resultados do alemão em seu retorno às pistas foram dois quartos lugares, na Espanha e na Turquia. Nenhum pódio, nenhuma pole, nenhuma volta mais rápida.
Pior. Em casa, diante de sua torcida, Schumacher teve seu pior desempenho em um GP da Alemanha desde 1991. Em Hockenheim, em 25 de julho, penúltima corrida realizada antes das férias da F-1, largou apenas na 11ª colocação e chegou em nono.
Para completar a má fase, na prova passada, na Hungria, classificou-se em 14º e protagonizou uma disputa de posição com seu ex-companheiro de Ferrari Rubens Barrichello, que lhe custou uma punição de dez postos no grid do GP da Bélgica, que será realizado no domingo.
"Meu final de semana obviamente ficou prejudicado", disse Schumacher na última semana. "Por outro lado, tenho que pensar que todo quilômetro é importante para que eu possa aprender mais sobre nosso carro."
É justamente o carro a "desculpa" atual do alemão para seu mau desempenho.
No começo da temporada, Schumacher apontava a "ferrugem" como empecilho para que pudesse mostrar seu melhor. Ainda um pouco fora de forma e com dores no pescoço, por causa de um acidente de moto em 2009, afirmava que logo estaria 100%.
O heptacampeão precisou de quatro corridas para, enfim, ficar à frente do parceiro de Mercedes, Nico Rosberg.
Com o passar das corridas, a "culpa" pelo mau desempenho passou para o W01.
Jenson Button, campeão com o carro no ano passado, também tentou apontar um dos motivos para o atual fracasso de Schumacher.
"Michael gosta de carros que saiam de frente, mas o Mercedes sai muito de traseira, como eu gosto", disse o inglês, que deixou sua equipe de surpresa ao se transferir para a McLaren, abrindo vaga para a volta do alemão.
Sem opção, Schumacher direciona energias para 2011. "Temos de ter certeza de que o próximo modelo se encaixará bem com os pilotos."
Para Ross Brawn, chefe da Mercedes, o mau desempenho da estrela é uma incógnita. "Não conseguimos achar um padrão claro", afirmou.
O próximo desafio é o GP da Bélgica, neste fim de semana, para o qual o piloto não está esperançoso. Punido com a perda de dez posições no grid por ter "prensado" Rubens Barrichello na Hungria, ele é realista. "É difícil esperar acontecimentos especiais para a corrida."


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