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O pior Schumacher
Em sua 17ª temporada na F-1, a primeira pós-aposentadoria, piloto da Mercedes registra os números mais negativos da carreira
TATIANA CUNHA
DE SÃO PAULO
A expectativa era enorme.
A realidade, porém, tem se
mostrado bem diferente para
Michael Schumacher, 41, sete títulos mundiais no currículo e que deixou o conforto
de casa na Suíça para voltar à
pista na F-1 no início do ano,
contratado pela Mercedes.
Acostumado com sua primeira passagem na categoria, recheada por vitórias, títulos e recordes, o alemão está tendo de se adaptar à sua
nova condição, a de ser apenas mais um piloto no grid.
Passadas 12 etapas do
Mundial, os números apontam para a pior temporada de
Schumacher na F-1 -apesar
de ter estreado na categoria
em 1991, seu primeiro Mundial completo foi em 1992.
Nono no campeonato, os
melhores resultados do alemão em seu retorno às pistas
foram dois quartos lugares,
na Espanha e na Turquia. Nenhum pódio, nenhuma pole,
nenhuma volta mais rápida.
Pior. Em casa, diante de
sua torcida, Schumacher teve seu pior desempenho em
um GP da Alemanha desde
1991. Em Hockenheim, em 25
de julho, penúltima corrida
realizada antes das férias da
F-1, largou apenas na 11ª colocação e chegou em nono.
Para completar a má fase,
na prova passada, na Hungria, classificou-se em 14º e
protagonizou uma disputa
de posição com seu ex-companheiro de Ferrari Rubens
Barrichello, que lhe custou
uma punição de dez postos
no grid do GP da Bélgica, que
será realizado no domingo.
"Meu final de semana obviamente ficou prejudicado", disse Schumacher na última semana. "Por outro lado, tenho que pensar que todo quilômetro é importante
para que eu possa aprender
mais sobre nosso carro."
É justamente o carro a
"desculpa" atual do alemão
para seu mau desempenho.
No começo da temporada,
Schumacher apontava a "ferrugem" como empecilho para que pudesse mostrar seu
melhor. Ainda um pouco fora
de forma e com dores no pescoço, por causa de um acidente de moto em 2009, afirmava que logo estaria 100%.
O heptacampeão precisou
de quatro corridas para, enfim, ficar à frente do parceiro
de Mercedes, Nico Rosberg. Com o passar das corridas,
a "culpa" pelo mau desempenho passou para o W01.
Jenson Button, campeão
com o carro no ano passado,
também tentou apontar um
dos motivos para o atual fracasso de Schumacher.
"Michael gosta de carros
que saiam de frente, mas o
Mercedes sai muito de traseira, como eu gosto", disse o
inglês, que deixou sua equipe de surpresa ao se transferir para a McLaren, abrindo
vaga para a volta do alemão.
Sem opção, Schumacher
direciona energias para 2011.
"Temos de ter certeza de que
o próximo modelo se encaixará bem com os pilotos."
Para Ross Brawn, chefe da
Mercedes, o mau desempenho da estrela é uma incógnita. "Não conseguimos achar
um padrão claro", afirmou.
O próximo desafio é o GP
da Bélgica, neste fim de semana, para o qual o piloto
não está esperançoso. Punido com a perda de dez posições no grid por ter "prensado" Rubens Barrichello na
Hungria, ele é realista. "É difícil esperar acontecimentos
especiais para a corrida."
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