São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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Jogos teen testam DNA olímpico

Parentes de atletas consagrados buscam medalhas em Cingapura

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A CINGAPURA

Um seleto grupo de atletas nos Jogos da Juventude, em Cingapura, já tem vasta experiência olímpica transmitida por seus pais ou parentes.
O berço olímpico rendeu um ouro à francesa Alexia Sedykh, 16, no lançamento de martelo. Ela é filha de um casal que soma quatro medalhas olímpicas representando a ex-União Soviética.
Seu pai, Yuriy Sedykh, 55, detém até hoje o recorde mundial da prova (86,74 m).
A mãe, Natalya Lisovskaya, 48, brilhou no arremesso de peso. Após se aposentarem, ambos se mudaram para a França, onde Alexia nasceu.
Os dois estavam em Cingapura acompanhando a filha anteontem. Em uma quebra de protocolo, Yuriy, técnico de Alexia, foi chamado para entregar a medalha a ela.
"Meus pais me prepararam para este momento, me deram tudo o que eu precisava para alcançar o objetivo", falou Alexia, emocionada.
"Mesmo que eu não vá para a Olimpíada de Londres, estou ansiosa para ir ao Rio em 2016. Eu vou ter 22 anos e já estarei mais madura."
O velejador Just van Aanholt, 14, das Antilhas Holandesas, também é treinado por um pai olímpico. Cor van Aanholt não ganhou medalha em Sydney-2000, quando competiu contra o brasileiro Robert Scheidt, prata.
Mas, desde então, dedica-se a fazer os quatro filhos campeões na vela. Cor criou um campeonato direcionado só para jovens em Curaçao, uma das cinco ilhas que formam o país caribenho.
Just é o segundo filho mais novo de Cor e está em Cingapura competindo na classe byte. "Meus irmãos mais velhos Philipine e Ard devem se classificar para Londres, mas, no Rio, quero estar lá", diz Just, que, na última madrugada, disputaria a final.
Para ele, ser treinado pelo pai é um pouco incômodo.
"Às vezes é difícil porque você nunca sabe quando ele está sendo seu pai ou seu técnico", comenta o atleta.
Pertencente à dinastia do salto com vara, a australiana Elizabeth Parnov, 16, não se incomoda em ter um pai treinador. Alex Parnov não só levou seu pupilo Steve Hooker ao ouro em Pequim-2008 como também vibrou com a prata da filha em Cingapura.
Sua irmã, Vicki, compete na mesma prova, e uma tia ilustre, Tatiana Grigorieva, é a vice-campeã olímpica.
"Eles me dão apoio, e isso me faz ser mais forte", diz.


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