São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2010

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Magnano prega Brasil defensivo

Técnico da seleção de basquete, que estreia sábado no Mundial, cobra intensidade sem a bola

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O técnico argentino Rubén Magnano quer que a defesa seja o melhor ataque da seleção brasileira no Mundial da Turquia, a partir de 28 de agosto. Desde sua primeira conversa com os jogadores, em 19 de julho, no Rio de Janeiro, tratou de deixar claro qual é o seu objetivo.
"O que Magnano mais cobra é a intensidade", afirma o experiente ala Marcelinho Machado, 35. "A meta é forçar o erro do adversário sempre e partir no contragolpe."
Foi com essa mentalidade que o argentino consagrou-se como um dos mais vitoriosos treinadores da década. Em 2002, foi vice-campeão mundial com a Argentina e, dois anos mais tarde, obteve o inédito ouro olímpico, batendo os Estados Unidos nas semifinais por nove pontos.
Por enquanto, a seleção ainda patina para assimilar as lições do chefe. Perdeu a metade dos dez jogos preparatórios para o Mundial.
Na derrota de maior diferença, 22 pontos contra Porto Rico em Nova York, as duas equipes jogaram em ritmo de exibição em quadra a céu aberto no bairro do Harlem.
Contra a Argentina, na terça retrasada, perdeu de 77 a 73. No dia seguinte, caiu diante da Espanha (84 a 68).
Depois, os jogadores fizeram um jogo de portões fechados contra a França e levaram apenas 58 pontos. Mas fizeram somente 56.
Houve ainda mais três jogos, por um quadrangular em Lyon: derrota para a Austrália (72 a 69) e vitórias sobre a Costa do Marfim (95 a 54) e a anfitriã França (79 a 66).
Ontem, em sua última partida antes da estreia no Mundial, no sábado, contra a seleção iraniana, a defesa do Brasil funcionou bem no segundo tempo, quando a França só marcou 22 pontos -tinha feito 44 no primeiro.
"A base deste esporte é a defesa. Tudo começa por ali", argumenta o técnico.
"Concordo 100% com o Magnano quando ele fala da importância da defesa. É a filosofia dele, e o time está com vontade de colocar em prática", diz o ala Marquinhos.
Magnano prega uma defesa mista: nem tanto o um contra um dos americanos nem a marcação por zona dos europeus. "Estamos conseguindo aliar os dois estilos e fazendo uma defesa brasileira", arrisca o ala Alex.
Por causa de sua perseverança, Alex foi nomeado subcapitão do time. Em caso de ausência do titular do posto, Marcelinho Huertas, é ele quem fala pelo argentino em quadra. Outros grandes defensores são os pivôs Anderson Varejão e Tiago Splitter.
"Defender bem é uma arma", declarou Varejão, após os primeiros amistosos do Brasil com Magnano, em Brasília, no início deste mês.
"No Mundial de 2006, nós também nos preocupamos com a defesa, trabalhamos muito, e o trabalho continua em 2010", completou o atleta, lembrando-se do treinador Lula Ferreira, que comandou o Brasil no Japão, quatro anos atrás.


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