Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Citadini atribui transações a um agente de seguro
DA REPORTAGEM LOCAL
Antonio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians, afirmou que as transações com empresas controladas por doleiros envolvendo
seu nome podem ter sido feitas
por um agente de seguros. O
dirigente, porém, se negou a revelar o nome dele e se limitou a
mostrar apenas uma apólice de
seguro internacional de viagem
de 1998.
(EAR, RP E RV)
Folha - Na base de dados do
MTB Bank aparecem movimentações em seu nome...
Antonio Roque Citadini - Qual
é o valor que apareceu?
Folha - Um é de US$ 3.703.
Citadini - Isso deve ser hotel.
Folha - O senhor não tinha dito
que poderia ser seguro?
Citadini - Não, o seguro é
mais. Está gravando?
Folha - Está.
Citadini - Não precisa gravar
porque eu conto pra vocês e
mostro. É mais antigo [mostra
uma apólice de seguro de 1998
de US$ 27 mil do American
Bankers Insurance Group] e
tem um valor até maior. É um
seguro de família. Você paga
por ano.
Folha - Como é feito?
Citadini - Pago para a seguradora aqui e faço exames médicos, tiro sangue, faço check-up
e o seguro te garante lá fora. Ele
é feito para seis pessoas. Por isso, eu não sei exatamente o valor porque ele varia em cada
ano pelo número de pessoas
que você põe no seguro.
Folha - Mas o senhor lembra do
ano? Porque essa movimentação [US$ 3.307] foi paga para
uma empresa [Venus] controlada por doleiros...
Citadini - O problema de ser
pago por uma empresa é que
eu entrego [o dinheiro] para a
empresa aqui.
Folha - Para a seguradora?
Citadini - É. Inclusive isso aqui
não é evasão de divisas. Eu sei
que esse negócio [as movimentações do MTB Bank] é de gente que pega dinheiro e manda
dinheiro para fora. Isso aqui é
pagamento para eles. Eles trabalham com doleiro, que eu
nem sei quem é. Eu entrego o
dinheiro para o representante
deles e ele manda pra lá. Depois
eu recebo uma carta avisando
que eu paguei.
Folha - Mas saiu de uma conta
que está em seu nome e foi para
a empresa dos doleiros...
Citadini - Não, conta minha
não. Só se o cara abriu e depositou em meu nome.
Folha - O senhor não tem conta
em nenhum banco no exterior?
Citadini - Não.
Folha - No JP Morgan Chase?
Citadini - JPM? Deus me livre.
Folha - Lloyds?
Citadini - Também não. De
onde é?
Folha - De Miami.
Citadini - Pode ser que eles receberam e depositaram. Nem
conheço Miami.
Folha - O senhor conhece a Digital [empresa controlada por
doleiros que recebeu US$
136.928,00 de contas em nome
de A. Citadini]?
Citadini - Não.
Folha - Estou perguntando
porque são três transações que
saem do JP Morgan e vão para
essa empresa....
Citadini - Nunca tive conta no
JP Morgan. Eu vou tentar localizar o agente de seguros. Eu
entrego o dinheiro para ele, em
real, ou até posso ter entregue
em dólar.
Folha - Veja os registros, não é
seu nome que está aqui?
Citadini - Eu até achei que poderia ser um nome parecido
com o meu [ao verificar as
transações em nome de A.Citadini], mas o dele é Citadino.
Folha - O senhor nunca transacionou com doleiros?
Citadini - Não, nunca. Que eu
use doleiro é só nesse caso [da
aquisição de seguro]. Mas tenho impressão que tem algum
tipo de controle em meu nome,
porque depois vem uma carta
da seguradora no meu nome
[atestando o pagamento].
Folha - O senhor não fica preocupado com seu nome nessas
operações?
Citadini - Agora fico. Antes eu
não ficava.
Folha - O que o senhor pretende fazer?
Citadini - Vou ver essa história do JP Morgan Chase. Nem
sei por onde começar.
Folha - O senhor acha que possam ter aberto uma conta em seu
nome?
Citadini - Acho que não. Podem ter feito pagamento em
meu nome. O doleiro. O doleiro não, o agente usado para fazer o pagamento.
Texto Anterior: Saiba mais: Comissão passa por processo de esvaziamento Próximo Texto: O que ver na TV Índice
|