São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vitória transforma Vilar em 1ª opção

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Paulo Baier corre para festejar com Enílton (9) seu gol, de pênalti, o segundo do Palmeiras na vitória por 3 a1 sobre o São Paulo no clássico em Presidente Prudente


Triunfo no clássico aumenta chance de técnico interino do Palmeiras ser efetivado no cargo até o fim do Brasileiro

Diretor Salvador Palaia, pressionado a se afastar após episódio da saída de Tite, diz que não aceitará eventual oferta de licença

DO ENVIADO A PRESIDENTE PRUDENTE

O interino Marcelo Vilar entrou ontem em sua segunda fogueira como treinador do Palmeiras. Mas deixou o campo como provável solução para os problemas do time até o término desta temporada.
Após a vitória, a chance de efetivação de Vilar aumentou. Antes do clássico, vários nomes foram comentados, entre eles os de Paulo César Gusmão e Nelsinho Baptista.
Agora, com a calmaria provocada pelo triunfo de ontem, o próprio Vilar diz acreditar que o assunto deva esfriar. "O time se reapresenta na terça-feira [amanhã]. Vamos ver o que vai acontecer", afirmou o técnico, sem demonstrar ansiedade.
Com os 3 a 1, Vilar obteve sua primeira vitória -na outra passagem tinham sido dois empates e três derrotas- e, de quebra, registrou o primeiro triunfo do ano do Palmeiras sobre o São Paulo. O placar era de três derrotas e um empate.
"Acho que as pessoas têm que conhecer um pouco melhor o Marcelo Vilar. Quando assumi da outra vez, nem conheci o Leão. Estou aqui para fazer o meu trabalho e não tenho olho no cargo de ninguém."
Ele disse ter se baseado no trabalho de Tite para vencer o São Paulo. "Não podia mudar tudo em um treino. O que fiz foi adiantar o Marcinho com o Enílton", disse Vilar, que agora espera o que virá pela frente. "A diretoria é que vai analisar."
Apesar do tom heróico, percebido pela comemoração dos jogadores junto aos torcedores na virada do placar, os ânimos no vestiários eram tensos.
O diretor de futebol Salvador Hugo Palaia conta com a insatisfação, principalmente, dos integrantes da comissão técnica, ligados ao ex-treinador Tite.
Nos corredores do hotel em que o time esteve concentrado, correu a versão de que a hostilidade dos torcedores a Tite depois do anúncio da demissão, na sexta no aeroporto de Guarulhos, teria sido orquestrada pelo cartola, que pode ser afastado sob o argumento de pegar uma licença de três meses.
Palaia, no entanto, tentou se manter inabalável no discurso. "Não medi forças com ninguém [sobre a saída de Tite]. E digo que a minha saída nunca foi cogitada. Tenho o apoio do presidente De La Monica."
Palaia defendeu a permanência de Vilar e falou que a equipe já está em recuperação.
Ao ser questionado se poderia pegar uma licença, o dirigente respondeu firme e com a língua afiada. "Licença, para mim, é licença médica. Se o presidente oferecer a licença, vou dizer que não estou cansado."0 (TONI ASSIS)


Texto Anterior: Juca Kfouri: Domingo verde no Brasileirão
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.