São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2011

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DE VENTO EM POPA

Vasco dinamita a lógica ao ficar perto de três títulos nesta temporada e consagra presidente-ídolo

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

E se o Vasco vencer Brasileiro e Sul-Americana após já ter faturado a Copa do Brasil? O time que fez seu pior início de temporada carioca pode ganhar simbolicamente vaga para a Libertadores por três torneios -algo que gera dúvida na CBF e na Conmebol.
O homem que guiou em campo essa recuperação ainda se recupera de AVE (acidente vascular encefálico), mas quem apostou em Ricardo Gomes é outro ex-atleta que pode fazer mais história.
Roberto Dinamite festejou o fato de ser o "primeiro presidente ex-jogador campeão da Copa do Brasil" e pode repetir a façanha no Brasileiro.
"É trabalho, não foi feito nas coxas. Queremos e podemos mais", disse o bem-sucedido presidente-ídolo, 57.
"Posso ser referência para Rogério, Marcos, Zico e outros jogadores serem representantes de seus clubes.
O ex-jogador passa por vários processos no futebol, é um profissional de dentro do segmento, pode dar contribuição, como Platini [na Uefa]."
Dinamite aponta assim para uma possível ascensão de ex-boleiros até na CBF.
"Não tenho nada contra o Ricardo Teixeira, mas tudo passa por processo de mudança. Podemos ter uma administração muito boa, transparente, positiva. Fui jogador, ídolo, torcedor e presidente. E tem sido gratificante."
Com experiência na política, o dirigente diz só pensar agora no Vasco, mas entende que uma boa gestão num clube pode levar à confederação.
"O processo político passa muito por articulação. Hoje não há base, nada formado. Primeiro penso em fazer tudo pelo Vasco, e as outras coisas estão em um segundo plano. Não passa pela cabeça agora [concorrer à CBF], mas isso é fruto do que se faz."
Líder, o Vasco pode obter algo que só o Cruzeiro de 2003 conseguiu -conquistar Brasileiro e Copa do Brasil no mesmo ano. E tem ainda chave acessível na Sul-Americana. Pega o boliviano Aurora.
Este ano pode ser ainda mais frutífero do que 2000, o auge da era Eurico Miranda.
A reconstrução passou pela valorização da marca Vasco, a chegada de reforços, como Diego Souza, melhorias na estrutura e a volta do ídolo Juninho -o novo é Dedé.
Após anos sem ceder atletas para a seleção, o Vasco tem três convocados: Dedé, Diego Souza e Rômulo.
"Chegamos em janeiro de 2009, com a fatídica Série B, redução de receitas, só oito atletas profissionais ligados ao elenco. Foi um trabalho em muitas áreas e muita gente, organização financeira, recuperação de São Januário, várias ações", diz Rodrigo Caetano, diretor de futebol.
Caetano admite que o Vasco ainda tem muito o que melhorar em termos estruturais.
"Há projeto de campo anexo a São Januário. Temos que melhorar as divisões de base, podemos fazer um CT digno se tivermos a cessão [de uma área na zona oeste do Rio]."
O sucesso vascaíno pode inspirar e ajudar terceiros.
Pelo regulamento do Brasileiro, se o Vasco ficar entre os primeiros, outro herda a vaga. Mas, se o Vasco vencer a Sul-Americana, não está claro ainda quem ficaria com a vaga dada por esse torneio.


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