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FUTEBOL
Empate com arquiinimigo, que levou time à lanterna, faz atletas recearem 2ª divisão antes do término da 1ª fase
Palmeiras já teme até queda antecipada
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O abalo dos jogadores palmeirenses após o empate no clássico
contra o Corinthians, anteontem,
abriu nova ferida no clube.
O novo temor no clube agora é a
possibilidade de o time ir para a
segunda divisão antes mesmo de
a fase de classificação do Campeonato Brasileiro acabar.
Ontem, um dia após o jogo que
levou o Palmeiras de volta à lanterna do Nacional, alguns atletas
palmeirenses falavam abertamente do receio de a equipe ser
rebaixada nas próximas rodadas.
"Não podemos nem pensar em
perder mais. Se a situação era
ruim, com mais uma derrota...",
disse o atacante Muñoz.
"Mais uma derrota será um soco no queixo, um nocaute", afirmou o zagueiro Alexandre.
O jogador era um dos mais abatidos depois do jogo contra os corintianos. Ele chegou a chorar nas
escadarias do Morumbi após a
partida. "Estou chegando no meu
limite já. É uma situação pela qual
jamais passei", declarou.
E Alexandre tem razão. Em último lugar, com 20 pontos em 20
jogos, o time tem apenas mais
cinco confrontos para tentar escapar da segunda divisão.
Quatro deles contra equipes cariocas -Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo-, que também lutam para fugir do rebaixamento no Nacional.
A situação do Palmeiras é tão
delicada que o clube, além de estar atrás na tabela, tem mais jogos
e menos vitórias (primeiro critério de desempate) que seus principais concorrentes à Série B do
Brasileiro em 2003.
Dos quatro últimos colocados
atualmente, apenas o Gama (23º)
tem um jogo a mais que a equipe
paulista. O time do Distrito Federal, no entanto, tem seis vitórias,
duas a mais que o time de Levir
Culpi, e 21 pontos.
O Paraná, que é penúltimo, tem
os mesmos 20 pontos palmeirenses, só que duas vitórias a mais e
uma partida a menos.
O próprio Botafogo, 24º colocado com 22 pontos e próximo adversário do Palmeiras, tem cinco
triunfos e apenas 18 partidas realizadas no torneio.
"Matematicamente está muito
ruim. Agora é quarta-feira contra
o Botafogo. Esse jogo vai ser parecido com o do Paysandu", lembrou Levir Culpi.
Contra a equipe paraense, o Palmeiras conseguiu quebrar um jejum de nove partidas sem vitórias
e esboçou uma reação no torneio,
ficando quatro jogos invicto.
"Temos de fazer a mesma coisa
agora. É uma situação muito
complicada, mas se perdermos o
controle agora será pior", declarou o técnico palmeirense.
O único com discurso diferente
era o paraguaio Arce, que quase
foi rebaixado pelo Grêmio em
1997. "Não dá para se entregar
agora. Enquanto tivermos chances temos de tentar."
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