São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Empate com arquiinimigo, que levou time à lanterna, faz atletas recearem 2ª divisão antes do término da 1ª fase

Palmeiras já teme até queda antecipada

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O abalo dos jogadores palmeirenses após o empate no clássico contra o Corinthians, anteontem, abriu nova ferida no clube.
O novo temor no clube agora é a possibilidade de o time ir para a segunda divisão antes mesmo de a fase de classificação do Campeonato Brasileiro acabar.
Ontem, um dia após o jogo que levou o Palmeiras de volta à lanterna do Nacional, alguns atletas palmeirenses falavam abertamente do receio de a equipe ser rebaixada nas próximas rodadas.
"Não podemos nem pensar em perder mais. Se a situação era ruim, com mais uma derrota...", disse o atacante Muñoz.
"Mais uma derrota será um soco no queixo, um nocaute", afirmou o zagueiro Alexandre.
O jogador era um dos mais abatidos depois do jogo contra os corintianos. Ele chegou a chorar nas escadarias do Morumbi após a partida. "Estou chegando no meu limite já. É uma situação pela qual jamais passei", declarou.
E Alexandre tem razão. Em último lugar, com 20 pontos em 20 jogos, o time tem apenas mais cinco confrontos para tentar escapar da segunda divisão.
Quatro deles contra equipes cariocas -Botafogo, Vasco, Fluminense e Flamengo-, que também lutam para fugir do rebaixamento no Nacional.
A situação do Palmeiras é tão delicada que o clube, além de estar atrás na tabela, tem mais jogos e menos vitórias (primeiro critério de desempate) que seus principais concorrentes à Série B do Brasileiro em 2003.
Dos quatro últimos colocados atualmente, apenas o Gama (23º) tem um jogo a mais que a equipe paulista. O time do Distrito Federal, no entanto, tem seis vitórias, duas a mais que o time de Levir Culpi, e 21 pontos.
O Paraná, que é penúltimo, tem os mesmos 20 pontos palmeirenses, só que duas vitórias a mais e uma partida a menos.
O próprio Botafogo, 24º colocado com 22 pontos e próximo adversário do Palmeiras, tem cinco triunfos e apenas 18 partidas realizadas no torneio.
"Matematicamente está muito ruim. Agora é quarta-feira contra o Botafogo. Esse jogo vai ser parecido com o do Paysandu", lembrou Levir Culpi.
Contra a equipe paraense, o Palmeiras conseguiu quebrar um jejum de nove partidas sem vitórias e esboçou uma reação no torneio, ficando quatro jogos invicto.
"Temos de fazer a mesma coisa agora. É uma situação muito complicada, mas se perdermos o controle agora será pior", declarou o técnico palmeirense.
O único com discurso diferente era o paraguaio Arce, que quase foi rebaixado pelo Grêmio em 1997. "Não dá para se entregar agora. Enquanto tivermos chances temos de tentar."


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