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BASQUETE
Sílvia, 23, diz que disputou campeonatos sem saber que esperava bebê
Em 3 dias, atleta da seleção
descobre gravidez e dá à luz
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
Em uma semana a vida da ala
Sílvia, 23, mudou radicalmente.
Há dez dias, a jogadora disputava a final dos Jogos Abertos do Interior pelo São Caetano, quando
seu time bateu o Catanduva e ficou com o ouro. Apesar de feliz,
Sílvia não se sentia muito bem.
Dois dias depois, procurou os
médicos do clube reclamando de
prisão de ventre. Foi examinada e
teve um "caroço" encontrado na
barriga. Assustada, procurou um
médico conhecido de Americana,
onde já morou. Para o seu espanto, o "caroço" era um bebê.
"Nunca imaginei que estivesse
grávida. Não tive enjôo nenhum e
também não senti desejo. A única
coisa é que estava um pouco acima do peso", disse a atleta, que foi
reserva da seleção brasileira na
Olimpíada de Atenas, em 2004.
Como toma anticoncepcionais
ininterruptamente, Sílvia já não
menstrua há algum tempo.
Segundo ela, três dias após descobrir que estava grávida, deu à
luz Luis Fernando, que nasceu
com sete meses, 31 cm e pouco
mais de 1 kg e continua internado.
"Achei que ela estava um pouco
lenta, fora de forma, mas jamais
pensei que ela pudesse estar grávida. Nem barriga ela tinha", afirmou o técnico do São Caetano,
Norberto da Silva, o Borracha.
"Como ela tinha acabado de jogar
pela seleção, a gente nem se preocupou em fazer exames nela."
Quando se apresentou à equipe
nacional para disputar amistosos
e a Copa América, a ala foi submetida a uma bateria de testes, mas
nenhum detectou a gravidez.
"Toda vez que as atletas se apresentam fazemos alguns exames
de rotina, como avaliação cardíaca, hemograma, urina. Mas nenhum deles é específico para gravidez, e realmente não detectamos nada", explicou César de Oliveira, chefe do departamento médico da Confederação Brasileira
de Basquete. "Como a Sílvia também não desconfiava, não havia
motivos para fazer estes testes."
De acordo com Oliveira, a única
queixa da atleta nos últimos tempos era de forte dor de estômago,
tanto que ela foi submetida a endoscopia que detectou uma gastrite e uma hérnia de hiato.
"Levei um susto quando o pai
dela ligou e falou: "Sabe a dor de
estômago que a Sílvia estava reclamando ontem? Pois é, nasceu o
filho dela'", disse Borracha.
"Não há como medir ou estimar
se o fato de a atleta ter praticado
exercícios vigorosos durante a
gravidez traria problemas para o
bebê. Há mulheres que trabalham
na roça, de sol a sol, e não têm
problemas", explicou Carlos Alberto Petta, professor de ginecologia da Unicamp. "No geral,
orientamos para pegar leve."
"O maior risco era de sofrer
uma queda ou um traumatismo
no local", declarou Oliveira, que
ainda lembrou o caso de outra
atleta da seleção, Roseli, que jogou grávida o Mundial.
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