São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2005

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BASQUETE

Após atraso, baixas e polêmica com CBB, torneio dirigido por clubes e criado por ex-atleta começa com 1 patrocinador

Liga de Oscar larga hoje com o bolso vazio

TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

De bolso vazio, a Nossa Liga de Basquetebol joga ao alto hoje sua primeira bola. Sete meses depois das tentativas iniciais, o torneio idealizado pelo ex-jogador Oscar Schmidt dá a largada na cidade de Limeira (150 km a noroeste de São Paulo), às 20h10, onde a equipe da casa recebe o Rio de Janeiro.
A NLB, que chegou a anunciar 26 equipes, começará sua trajetória com 18 times, de sete Estados. Praças de pouca tradição no esporte, como Pará e Piauí, serão representados respectivamente por Paysandu e Teresinense.
O primeiro momento da iniciativa esbarra na falta de dinheiro. Transmitido pelo canal fechado ESPN Brasil, o torneio começará com apenas um patrocinador, o da bola do campeonato: Wilson.
De acordo com os organizadores, novos anunciantes devem ser divulgados em cerca de dez dias.
Curiosamente, a dificuldade em angariar dinheiro foi justamente um dos motivos que afastaram os clubes da CBB (Confederação Brasileira de Basquete).
Na nova liga, regulamento e tabela foram definidos pelos próprios times, que repartirão a receita do torneio.
A Folha apurou que o custo médio de um time na NLB será de R$ 20 mil mensais -no ano passado, as equipes reclamaram que as despesas do Nacional da CBB consumiam em média R$ 50 mil por mês. A queda no custo seduziu times pequenos. "Nosso orçamento não permitia opção mais cara", afirmou Miguel Sampaio, diretor do Paysandu.
A fórmula definida para cortar gastos foi reduzir viagens. Divididas em duas conferências - Norte e Sul-, as equipes visitantes jogarão duas vezes no Piauí e no Pará, abrindo mão do duelo que teriam direito como mandante.
A "caridade", entretanto, não será de graça. As equipes do Norte terão de colocar a mão no bolso para custear as despesas dos times visitantes -ou parte delas.
As dificuldades financeiras não são o único problema da NLB, que foi retaliada pela confederação antes mesmo de seu início. Não reconhecida pela entidade, a liga viu a debandada de times tradicionais, como Franca, Paulistano, Ribeirão Preto e as equipes do grupo Universo, que vão disputar o Brasileiro da CBB a partir de 11 de dezembro. Ao todo, 28 times participarão do Nacional.
A confederação foi além: os jogadores que participarem da NLB não poderão defender a seleção brasileira, que ano que vem disputará, entre 19 de agosto e 3 de setembro, o Mundial no Japão.
"Vamos valorizar quem acreditou no nosso projeto. Seremos transparentes e democráticos. É o que o basquete mais precisa", afirmou Oscar.
O campeonato feminino da NLB reúne até agora seis equipes: Rio Preto, São Bernardo, Piracicaba, Pindamonhangaba, Niterói e Maringá. A estréia está marcada para o dia 19 de novembro.


NA TV - Limeira x Rio de Janeiro, ESPN Brasil, ao vivo, às 20h10


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