São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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MOTOR

Errar é humano


Estilos de Hamilton e Massa tornam dificílimo prever o desfecho do GP Brasil e, por conseqüência, do Mundial

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

FOSSE SCHUMACHER ou Alonso o líder do campeonato com sete pontos de vantagem, a fatura estaria encerrada. Jornalistas desistiriam de vir a Interlagos, o vice-líder falaria em toalha no chão, a celebração do título seria marcada.
Nada disso acontece.
Porque Hamilton e Massa são ótimos pilotos, dos melhores da atualidade. Mas não são Schumacher e Alonso. Ou melhor, não contam com a precisão ou a frieza ou a regularidade ou a previsível perfeição na tocada do hepta e do bicampeão.
Schumacher e Alonso eram/são reloginhos. Hamilton e Massa estão longe disso. E daí a graça de 2008.
Este não é o Mundial mais disputado da história (basta voltar um ano no tempo para constatar), não é o mais apertado (Lauda ganhou por meio ponto em 84), não é o mais democrático (a temporada de 82 teve 11 vencedores de GPs). É preciso, pois, recorrer à subjetividade para rotular esta decisão: uma das mais imprevisíveis dos últimos anos.
E a cola do rótulo está naquilo que os duelistas podem fazer no próximo fim de semana. Qualquer coisa.
Hamilton fez lambança na Malásia, no Bahrein, no Canadá, em Mônaco, na França, na Bélgica, na Itália e no Japão. Ou seja, em 8 das 17 corridas até aqui. Das 9 restantes, venceu 5. Se não é exatamente um caso de piloto "win or wall" -vitória ou muro-, é quase isso. Ok, alguém pode argumentar que seu nível de atenção estará mais elevado em Interlagos, que a McLaren adotará uma tática cautelosa, que há muito em jogo para que ele abuse numa freada. Mas se ele tivesse realmente esse controle, não cometeria o que cometeu nos últimos GPs, quando a tabela já assumia ares de decisão.
Massa se autoproclamou "bundão" a partir da Bélgica, alusão a um novo estilo de pilotagem, mais cerebral. Mas talvez não adiante muito.
Porque se é fato que ele errou na Malásia, na Austrália e na Inglaterra, também é verdade que, em quatro ocasiões, os erros fugiram a seu controle, foram da equipe: em Mônaco, Canadá, Hungria e Cingapura.
Pese tudo isso antes da aposta.
A minha virá no sábado que vem.

BODE NA SALA
Como esperado, não deu em nada a história do motor padrão na F-1.
Como esperado, Mosley conseguiu o que queria. Se o desfecho do Mundial tem um quê de imprevisível, a política da F-1 vai pelo caminho contrário. Chega a ser risível.

AMPULHETA
"Eu não sei o que vai acontecer no futuro e talvez a gente entre no ano novo sem saber o que acontece. Minha atuação está muito boa no carro... Tem um grupo de pessoas que está trabalhando por mim, com patrocinadores, porque há uma chance de Toro Rosso." É esta a única possibilidade de Barrichello não se despedir da F-1 em Interlagos.

fseixas@folhasp.com.br



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