São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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VÔLEI

Voltar ou não voltar?

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A Superliga, que começa no próximo fim de semana, vai servir de teste para a levantadora Fernanda Venturini decidir se vai voltar para a seleção. Os quase cinco meses do torneio serão um tempo para amadurecer a idéia, mas uma certeza ela já tem: não quer trabalhar com o técnico Marco Aurélio Motta.
O argumento principal dela é que Marco Aurélio não teve jogo de cintura para contornar os problemas com algumas atletas. O resultado foi que cinco titulares pediram dispensa: Virna, Érika, Walewska, Fofão e Raquel. A seleção disputou o Mundial com um time inexperiente e ficou em sétimo lugar.
Fernanda fala que gostaria de trabalhar na seleção com as jogadoras que pediram dispensa e com Bernardinho, seu marido e atual técnico da equipe masculina, campeã mundial. Esse último desejo exigiria toda uma mudança nas comissões técnicas das duas seleções.
A levantadora, que joga no BCN/Osasco, aponta também o técnico José Roberto Guimarães, campeão olímpico em Barcelona, como um bom nome para comandar a seleção feminina.
O certo é que Fernanda é hoje a melhor levantadora do vôlei mundial e suas declarações caem como mais uma grande pressão no caminho de Marco Aurélio. E, você sabe, a seleção ganharia muito com a presença dela.
Ainda mais nestes tempos em que o time cubano, atual tricampeão olímpico, já não é mais o mesmo, o Brasil teria grandes chances de chegar à final dos Jogos de Atenas, em 2004.
Mas a culpa, se é que há culpados nos desentendimentos entre o técnico e as jogadoras que pediram dispensa, não é só do mordomo, como nos romances policiais. Desde que assumiu a seleção, Marco Aurélio enfrentou muita resistência das atletas, que nos oito anos anteriores tinham trabalhado com Bernardinho.
Talvez a maior falha do técnico foi não ter conseguido formar um grupo unido. Mas também para se chegar a um time unido, é preciso a boa vontade de todos, comissão técnica e atletas.
E foi nesse ponto que começaram os problemas.
Mas não dá para negar que a seleção, mesmo com um time inexperiente, fez grandes jogos no Mundial. Só não ficou entre os quatro finalistas porque perdeu nas quartas-de-final para a China por 3 a 2. O ideal seria que todo mundo se entendesse, mas isso parece cada vez mais distante.
Pelo que tudo indica, a confederação brasileira está imune às pressões. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a avaliação é que Marco Aurélio fez um bom trabalho no Mundial e continuará comandando a seleção. Na última semana, ele já participou de uma reunião para discutir a programação de 2003.
Já na Superliga Nacional, o Osasco, time de Fernanda, estréia domingo contra o São Caetano como o maior favorito para a conquista do título. Para os amantes do vôlei, uma chance de recordar: o confronto será no ginásio do Ibirapuera, local dos grandes duelos entre Pirelli e Bradesco nos anos 80.
Na Superliga masculina, a boa notícia é a volta de Marcelo Negrão. Depois de 18 meses parado por causa de uma contusão no joelho, Negrão retorna às quadras para defender a Ulbra.
Uma vitória da persistência de um campeão.

Italiano
O Macerata, do brasileiro Nalbert, e o Treviso, do russo Dineikine, são os únicos times invictos nas seis primeiras rodadas do Italiano. No confronto contra o Perugia, do espanhol Pascual, o Macerata perdeu os dois primeiros sets, mas acabou vencendo por 3 a 2. O Ferrara, de Giba e Gustavo, já não vai tão bem. Perdeu para o Modena, de Dante, por 3 sets a 0. Foi a quarta derrota em seis jogos do Ferrara, que ocupa o 11º lugar. Para o Modena, foi a quarta vitória.

Estrelas
Quarta-feira é dia do tradicional Jogo das Estrelas: um time, formado com os melhores jogadores estrangeiros do Italiano, enfrenta a seleção da Itália. Três brasileiros foram convocados: Nalbert, Giba e Gustavo. A equipe, que terá comando do sul-coreano Kim Ho Chul, terá outros destaques como o argentino Marcos Milinkovic e o iugoslavo Ivan Miljkovic. A seleção italiana, quinta colocada no último Mundial, será dirigida pelo técnico Andrea Anastasi.

E-mail cidasan@uol.com.br


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