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VÔLEI
Voltar ou não voltar?
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A Superliga, que começa no
próximo fim de semana, vai
servir de teste para a levantadora
Fernanda Venturini decidir se vai
voltar para a seleção. Os quase
cinco meses do torneio serão um
tempo para amadurecer a idéia,
mas uma certeza ela já tem: não
quer trabalhar com o técnico
Marco Aurélio Motta.
O argumento principal dela é
que Marco Aurélio não teve jogo
de cintura para contornar os problemas com algumas atletas. O
resultado foi que cinco titulares
pediram dispensa: Virna, Érika,
Walewska, Fofão e Raquel. A seleção disputou o Mundial com um
time inexperiente e ficou em sétimo lugar.
Fernanda fala que gostaria de
trabalhar na seleção com as jogadoras que pediram dispensa e
com Bernardinho, seu marido e
atual técnico da equipe masculina, campeã mundial. Esse último
desejo exigiria toda uma mudança nas comissões técnicas das
duas seleções.
A levantadora, que joga no
BCN/Osasco, aponta também o
técnico José Roberto Guimarães,
campeão olímpico em Barcelona,
como um bom nome para comandar a seleção feminina.
O certo é que Fernanda é hoje a
melhor levantadora do vôlei
mundial e suas declarações caem
como mais uma grande pressão
no caminho de Marco Aurélio. E,
você sabe, a seleção ganharia
muito com a presença dela.
Ainda mais nestes tempos em
que o time cubano, atual tricampeão olímpico, já não é mais o
mesmo, o Brasil teria grandes
chances de chegar à final dos Jogos de Atenas, em 2004.
Mas a culpa, se é que há culpados nos desentendimentos entre o
técnico e as jogadoras que pediram dispensa, não é só do mordomo, como nos romances policiais.
Desde que assumiu a seleção,
Marco Aurélio enfrentou muita
resistência das atletas, que nos oito anos anteriores tinham trabalhado com Bernardinho.
Talvez a maior falha do técnico
foi não ter conseguido formar um
grupo unido. Mas também para
se chegar a um time unido, é preciso a boa vontade de todos, comissão técnica e atletas.
E foi nesse ponto que começaram os problemas.
Mas não dá para negar que a
seleção, mesmo com um time
inexperiente, fez grandes jogos no
Mundial. Só não ficou entre os
quatro finalistas porque perdeu
nas quartas-de-final para a China por 3 a 2. O ideal seria que todo mundo se entendesse, mas isso
parece cada vez mais distante.
Pelo que tudo indica, a confederação brasileira está imune às
pressões. Segundo a assessoria de
imprensa da entidade, a avaliação é que Marco Aurélio fez um
bom trabalho no Mundial e continuará comandando a seleção.
Na última semana, ele já participou de uma reunião para discutir
a programação de 2003.
Já na Superliga Nacional, o
Osasco, time de Fernanda, estréia
domingo contra o São Caetano
como o maior favorito para a
conquista do título. Para os
amantes do vôlei, uma chance de
recordar: o confronto será no ginásio do Ibirapuera, local dos
grandes duelos entre Pirelli e Bradesco nos anos 80.
Na Superliga masculina, a boa
notícia é a volta de Marcelo Negrão. Depois de 18 meses parado
por causa de uma contusão no
joelho, Negrão retorna às quadras para defender a Ulbra.
Uma vitória da persistência de
um campeão.
Italiano
O Macerata, do brasileiro Nalbert, e o Treviso, do russo Dineikine,
são os únicos times invictos nas seis primeiras rodadas do Italiano.
No confronto contra o Perugia, do espanhol Pascual, o Macerata
perdeu os dois primeiros sets, mas acabou vencendo por 3 a 2. O
Ferrara, de Giba e Gustavo, já não vai tão bem. Perdeu para o Modena, de Dante, por 3 sets a 0. Foi a quarta derrota em seis jogos do
Ferrara, que ocupa o 11º lugar. Para o Modena, foi a quarta vitória.
Estrelas
Quarta-feira é dia do tradicional Jogo das Estrelas: um time, formado com os melhores jogadores estrangeiros do Italiano, enfrenta a
seleção da Itália. Três brasileiros foram convocados: Nalbert, Giba
e Gustavo. A equipe, que terá comando do sul-coreano Kim Ho
Chul, terá outros destaques como o argentino Marcos Milinkovic e
o iugoslavo Ivan Miljkovic. A seleção italiana, quinta colocada no
último Mundial, será dirigida pelo técnico Andrea Anastasi.
E-mail cidasan@uol.com.br
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