São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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GINÁSTICA

Brasileira, "um pouco acima do peso", não confirma favoritismo e acaba na 5ª colocação no solo na Hungria

Daniele termina Mundial sem medalha

DA REPORTAGEM LOCAL

A brasileira Daniele Hypólito, 18, não conseguiu confirmar a condição de favorita e terminou fora do pódio na prova do solo, ontem, no Mundial por aparelhos de Debrecen, na Hungria.
Vice-campeã na mesma prova no Mundial de Ghent (BEL), no ano passado, Daniele ficou em quinto lugar com 9,237 pontos.
Nas etapas anteriores do torneio, ela obteve pontuações e colocações melhores. Terminou a fase classificatória em terceiro, com 9,375 pontos, e foi à final em segundo lugar, com 9,450.
A nota lhe daria a prata, já que a espanhola Elena Gomez obteve 9,487 pontos, e a vice foi a holandesa Verona van der Leur, com 9,350. O bronze ficou com Samantha Sheenan, dos EUA, com 9,325. Daniele ainda ficou atrás da romena Mihaela Ban (9,275).
"É claro que competi para ganhar, mas permanecer entre as cinco melhores do mundo é uma grande vitória", afirmou Daniele.
O Mundial marca a segunda competição internacional seguida na qual Daniele não vai ao pódio.
No mês passado, no Grand Prix de Glasgow (Escócia), a brasileira, que também era considerada favorita, terminou em sétimo lugar no solo, sua prova mais forte.
Na ocasião, ela disse que havia apresentado as séries que estava preparando para o Mundial e que havia sido um "ótimo treino".
A presidente da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), Vicélia Florenzano, disse que a atleta competiu na Hungria bem melhor do que em Glasgow, mas "um pouco acima do peso".
Daniele, que se recusa a falar sobre o assunto, tem, de acordo com a federação internacional, 1,47 m e 45 kg. Em Ghent-2001, suas medidas eram 1,45 m e 42,1 kg.
Entre Ghent e Glasgow, a ginasta disputou quatro eventos internacionais e conquistou medalha em todos. Ela foi ao pódio no Torneio de Marselha (ouro e bronze), na Copa do Mundo (ouro), nos Jogos Sul-Americanos (cinco ouros e uma prata) e no Torneio de Curitiba (ouro e bronze).
Daniele já viveu situação parecida com a de ontem no Pan-Americano de Winnipeg, em 99.
A ginasta, então principal revelação da seleção, decepcionou. Chorou, desapontada, ao ficar em sétimo em duas finais disputadas.
A fragilidade emocional fez com que, em 2000, o neurolinguista Roberto Shinyashiki, que auxiliou o Brasil na Olimpíada, dedicasse atenção especial à ginasta.
Daniele agora embarca para a França, onde treina para a Copa do Mundo da Alemanha.
Apesar da performance abaixo do esperado de sua principal estrela, o Brasil tem motivos para comemorar. Em seu primeiro Mundial, o irmão mais novo de Daniele, Diego Hypólito, 16, também ficou em quinto no solo.
Foi a primeira vez que um ginasta do país alcançou uma final em um Mundial. A melhor classificação de um brasileiro na competição havia sido a de Cristiano Albino, 21º no salto, em 1996.


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