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GINÁSTICA
Brasileira, "um pouco acima do peso", não confirma favoritismo e acaba na 5ª colocação no solo na Hungria
Daniele termina Mundial sem medalha
DA REPORTAGEM LOCAL
A brasileira Daniele Hypólito,
18, não conseguiu confirmar a
condição de favorita e terminou
fora do pódio na prova do solo,
ontem, no Mundial por aparelhos
de Debrecen, na Hungria.
Vice-campeã na mesma prova
no Mundial de Ghent (BEL), no
ano passado, Daniele ficou em
quinto lugar com 9,237 pontos.
Nas etapas anteriores do torneio, ela obteve pontuações e colocações melhores. Terminou a
fase classificatória em terceiro,
com 9,375 pontos, e foi à final em
segundo lugar, com 9,450.
A nota lhe daria a prata, já que a
espanhola Elena Gomez obteve
9,487 pontos, e a vice foi a holandesa Verona van der Leur, com
9,350. O bronze ficou com Samantha Sheenan, dos EUA, com
9,325. Daniele ainda ficou atrás da
romena Mihaela Ban (9,275).
"É claro que competi para ganhar, mas permanecer entre as
cinco melhores do mundo é uma
grande vitória", afirmou Daniele.
O Mundial marca a segunda
competição internacional seguida
na qual Daniele não vai ao pódio.
No mês passado, no Grand Prix
de Glasgow (Escócia), a brasileira,
que também era considerada favorita, terminou em sétimo lugar
no solo, sua prova mais forte.
Na ocasião, ela disse que havia
apresentado as séries que estava
preparando para o Mundial e que
havia sido um "ótimo treino".
A presidente da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), Vicélia Florenzano, disse que a atleta
competiu na Hungria bem melhor do que em Glasgow, mas
"um pouco acima do peso".
Daniele, que se recusa a falar sobre o assunto, tem, de acordo com
a federação internacional, 1,47 m
e 45 kg. Em Ghent-2001, suas medidas eram 1,45 m e 42,1 kg.
Entre Ghent e Glasgow, a ginasta disputou quatro eventos internacionais e conquistou medalha
em todos. Ela foi ao pódio no Torneio de Marselha (ouro e bronze),
na Copa do Mundo (ouro), nos
Jogos Sul-Americanos (cinco ouros e uma prata) e no Torneio de
Curitiba (ouro e bronze).
Daniele já viveu situação parecida com a de ontem no Pan-Americano de Winnipeg, em 99.
A ginasta, então principal revelação da seleção, decepcionou.
Chorou, desapontada, ao ficar em
sétimo em duas finais disputadas.
A fragilidade emocional fez com
que, em 2000, o neurolinguista
Roberto Shinyashiki, que auxiliou
o Brasil na Olimpíada, dedicasse
atenção especial à ginasta.
Daniele agora embarca para a
França, onde treina para a Copa
do Mundo da Alemanha.
Apesar da performance abaixo
do esperado de sua principal estrela, o Brasil tem motivos para
comemorar. Em seu primeiro
Mundial, o irmão mais novo de
Daniele, Diego Hypólito, 16, também ficou em quinto no solo.
Foi a primeira vez que um ginasta do país alcançou uma final
em um Mundial. A melhor classificação de um brasileiro na competição havia sido a de Cristiano
Albino, 21º no salto, em 1996.
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