Reunião sela contrato de parceria por dez anos, mas oposição promete levar acordo à Justiça

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a confusa reunião do Conselho Deliberativo para votar a parceria com a MSI (Media Sports Investments), o Corinthians assinou contrato com a empresa britânica por dez anos.
Segundo a Folha apurou, o martelo foi batido por volta das 22h pelo presidente corintiano, Alberto Dualib, e pelo executivo da MSI, Kia Joorabchian.
Participaram do encontro, que ocorreu no escritório de advocacia que representa o parceiro corintiano, seis membros do Cori, conselho de orientação do clube.
A assinatura do contrato era o que a oposição esperava para poder entrar na Justiça, alegando que o acordo não foi aprovado pelo Conselho Deliberativo.
"Podem falar que está fechado, o que quiserem. A verdade é que nada disso vale. Vamos à Justiça", diz o conselheiro e deputado estadual Romeu Tuma Júnior, principal opositor da parceria.
Por causa de uma gafe do presidente do conselho corintiano, José de Castro Bigi, a reunião que terminou ontem de madrugada acabou em confusão. O dirigente encerrou a sessão antes que o contrato fosse votado. Voltou atrás, mas os que se opõem à parceria já haviam deixado o local.
Ainda ontem, antes da assinatura do acordo, Joorabchian e Wadih Helu, principal líder do Conselho, tentavam convencer Dualib a convocar nova votação.
Os próprios adversários do presidente admitiam reservadamente que, se houvesse nova convocação, eles teriam de comparecer. Com uma nova votação, diziam, teriam que encontrar outras brechas para barrar a parceria.
Dualib chegou ao escritório convicto de que não havia necessidade de reunir o Conselho novamente. Ainda de madrugada, usou a expressão "[o contrato] está assinado, acabou".
Com a parceria assinada sem nova votação existe o risco de o Corinthians ter que pagar multa por quebra unilateral de contrato se a Justiça anular o acordo.
Dualib avaliou que um novo encontro desgastaria ainda mais emocionalmente alguns dos conselheiros. A reunião que invadiu a madrugada de ontem foi marcada por discussões ásperas, Bigi passou mal duas vezes, e integrantes da Gaviões da Fiel invadiram o salão nobre. Seis torcedores foram levados à delegacia.
Com o contrato assinado, o presidente da MSI embarca hoje para Buenos Aires para negociar a contratação do argentino Tevez, pelo qual ofereceu US$ 18 milhões.
Joorabchian diz que o negócio está "99% certo", pois já houve acerto com o atleta e com o Boca Juniors. "Falei com ele três vezes hoje [ontem], e ele me disse que quer vir. Nossa intenção é apresentá-lo no início da semana que vem." A MSI quer firmar um contrato de cinco anos com Tevez. "O futebol muda o tempo todo, mas queremos contar com ele pelo menos por duas temporadas."


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