|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Norte ameaça definhar e vive caos
Região pode ter apenas uma equipe nas duas principais divisões do Brasileiro na próxima temporada
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um naco gigante no mapa do
Brasil. Uma fração nas duas
principais divisões do futebol
brasileiro. Pode ser assim o futebol do Norte em 2007.
Caso o paraense Paysandu e
o amazonense São Raimundo
não saiam da zona de rebaixamento à terceira divisão, onde
estão hoje (ambos precisam
vencer e ainda torcer por outros resultados), a região terá
no próximo ano o maior fosso
entre seu tamanho na população do país e nas 40 vagas das
séries A e B do Nacional.
Dono de 7,5% dos habitantes
do país, o Norte, alijado já da
primeira divisão depois da queda do Paysandu em 2005, teria
só 2,5% dos lugares nos dois
principais torneios da nação.
E não é difícil explicar a decadência nortista. Com custos
mais altos por causa dos longos
deslocamentos, a região passa
por um estado de penúria.
Único clube do Norte com
vaga garantida na Série B em
2007, o Remo vê seus jogadores
ameaçarem não entrar em
campo hoje, contra o CRB, caso
não recebam os dois meses de
salários atrasados.
Se na segunda divisão a falta
de dinheiro nortista assusta, na
terceira gerou até greve de jogadores do Rio Negro, sem falar
nas viagens mambembes da
Tuna Luso, de ônibus, pelo
país. Nenhum clube da região,
aliás, chegou ao octogonal decisivo do campeonato da Série C.
Antes famosa por estádios
cheios e festivos, a região Norte
é agora palco de atos violentos.
Revoltados com a goleada sofrida diante do Paulista por 9 a
0, torcedores do Paysandu foram ao treino da equipe na última segunda-feira protestar atirando pedras e cocos no gramado. Depois do incidente, sete jogadores do clube pediram demissão, receosos de apanhar.
A polícia exigiu que a partida
decisiva de hoje, contra o Marília, fosse transferida do acanhado estádio da Curuzu para o
Mangueirão. Foi atendida.
Os clubes paraenses são recordistas de perda de mando de
jogos. Nesta semana, o STJD
puniu o Remo com três partidas por objetos jogados contra
o trio de arbitragem em partida
da segunda divisão.
Tantos problemas afastam os
torcedores das arquibancadas.
O Remo tem média de 12 mil
pagantes na segunda divisão.
No ano passado, quando estava
na Série C, teve 31 mil pagantes
por jogo como mandante, um
recorde nas três divisões.
Texto Anterior: Festa do Galo: Time esgota vendas em oito horas, e patrocinador dá "mãozinha" para quebra de recorde Próximo Texto: Campanha: Pior da série B teria mais chance de sobreviver na elite Índice
|