São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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até ele

Palco da final da Copa não tem projeto

Maracanã, único postulante à decisão de 2014, ainda carece de proposta de reforma após "plano conceitual" ser reprovado

Atraso desagrada ao comitê organizador e à Fifa, e gasto do governo do Rio, que deveria ser zero, já pode atingir R$ 430 mi com obras

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

Único postulante a receber a final da Copa-2014, o Maracanã ainda não tem um projeto básico de reforma para o torneio. O comitê do Rio foi o único, entre as 12 sedes do Mundial, a não entregar para a Fifa e para o COL (Comitê Organizador Local) a proposta do estádio.
Em janeiro deste ano, a capital fluminense havia mostrado um projeto conceitual feito pelo escritório de arquitetura Castro Mello. Esse documento, na verdade um estudo preliminar das obras, foi reprovado.
Os organizadores da Copa no Brasil estipularam outros dois prazos para a entrega e melhora das propostas das sedes.
No primeiro, em julho, nenhuma proposta do Rio foi enviada. No segundo, em setembro, de novo a cidade passou em branco. A Fifa já respondeu, em um relatório, e fez observações às outras 11 cidades.
A Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer do Rio alega que o projeto definitivo sairia da PPP (Parceria Público-Privada).
Mas como o governo estadual desistiu da PPP alegando falta de um fundo garantidor para socorrer, se necessário, o consórcio privado, a Emop (Empresa de Obras Públicas) prepara um novo projeto executivo, com financiamento do BNDES, para ser licitado até início do ano que vem.
O governo do Rio, que previa desembolso público zero, agora terá de arcar com os R$ 430 milhões previstos para a reforma.
O Comitê Organizador Local afirma que, até o momento, todas as sedes estão dentro do cronograma e que as cobranças, de fato, serão feitas a partir de março, quando as obras dos estádios devem começar.
Apesar do discurso oficial, há descontentamento no COL. "O Maracanã é um caso excepcional em que o projeto arquitetônico não tem grande impacto, já que o estádio é tombado. Trata-se de uma reforma para correção de alguns poucos problemas operacionais e adequação ao caderno de encargos da Fifa, com mudancas mais visíveis no seu entorno imediato e no interior do estádio", afirma, em nota, a Secretaria de Esporte.
Segundo a Folha apurou, não é o que pensam o comitê organizador e a Fifa. As entidades entendem que são necessárias reformas estruturais, e não apenas o que consideram uma maquiagem no Maracanã.


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