São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS

Uma dupla campeã


André Sá e Marcelo Melo, com tudo para dar errado, formaram uma das melhores parcerias da história do tênis

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

ELES TINHAM tudo para dar errado. Ninguém dava crédito. Um dos dois tenistas não tinha experiência internacional. Nenhum jogo em ATP Tour ou Grand Slam. Nem 50 jogos em torneios challengers. Jogos na grama, zero.
Títulos, dois, lá atrás, em futures. O outro era velho. Aos 29 anos, tinha experiência, até internacional.
Chegou a 55º do ranking, mas quase nada o que mostrar, dizia a crítica.
Nenhum título que valesse a pena; sucesso só para quem considerasse a série challenger algo relevante.
Ainda assim, contra tudo o que tinham, Marcelo Melo e André Sá, caras "gente boa", decidiram jogar juntos. O "inexperiente" e o "velho" saíram pela estrada. E em só três anos fizeram história como uma das melhores duplas que o país já teve.
Bob Bryan e Mike Bryan, sinônimo de sucesso? Melo e Sá venceram, na grama. Jonas Bjorkman, Mahesh Buphatti, Mark Knowles, Daniel Nestor, Max Mirnyi e outros famosos nas duplas? Todos cumprimentaram à rede os brasileiros vencedores.
Atletas de primeira linha que se atreveram nas duplas, como Andy Murray, David Nalbandian, Ivan Ljubicic, Marat Safin e Robin Soderling? Também saíram derrotados.
No Aberto dos EUA, Melo e Sá chegaram às quartas. Em Wimbledon, às semifinais -e ganharam o jogo mais longo da história do Grand Slam inglês, com quase seis horas e um 28/26 no quinto set, ao longo de quatro dias. Foram campeões no Aberto do Brasil, nos EUA, na Europa, cinco títulos de ATP Tour, nona melhor dupla do mundo em 2008.
Juntos, viajaram, jogaram, curtiram o circuito e colecionaram bons momentos e histórias (que Melo, aliás, generosamente divide com fãs em blog que tem no UOL). De quebra, ganharam dinheiro honesto.
Eles serão cobrados por um Grand Slam que não tiveram, por uma derrota em Copa Davis. Mas isso não importa. Agora que se separam, fica claro que Sá, o velho, rejuvenesceu, e Melo, o inexperiente, ganhou bagagem. Torço para que continuem na estrada, com essa atitude esportiva e vencedora. O torcedor às vezes não reconhece, mas o tênis agradece.

MASTERS LOCAL
A CBT chamou os oito melhores do país no ranking para três dias de jogos (e eventos) no interior de SP em dezembro. O evento reunirá os atletas com o patrocinador da entidade (Correios) e empresários que investem no tênis do país.

NO INTERIOR PAULISTA
A Casa de Portugal recebe nesta semana o Future de Fernandópolis.

LEITURA OBRIGATÓRIA
Quem gosta, acompanha ou pratica esporte deve ler a coluna do Tostão, "O mundo ideal e o real", publicada na Folha de domingo. Vale recuperar a edição impressa ou buscar no www.uol.com.br/fsp.

reandaku@uol.com.br


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: O que ver na TV
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.