São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Guiado por Chávez

Pastor Maldonado, candidato a vaga na F-1, é patrocinado por dez instituições estatais e se tornou garoto-propaganda do presidente da Venezuela

DE SÃO PAULO

Imagine se Rubens Barrichello ou Felipe Massa tivessem, para correr na F-1, patrocínios de vários ministérios, do BNDES, do Banco do Brasil e da Petrobras, entre outras empresas estatais.
É o que acontece com o venezuelano Pastor Maldonado, 25, cotado para ser o companheiro de Barrichello na Williams no ano que vem.
Atual campeão da categoria GP2, Maldonado é bancado por dez instituições públicas da Venezuela.
Sua lista de patrocinadores inclui, entre outros, ministérios (Esporte e Turismo), bancos (Banco de Desarrollo Económico y Social e Banco de Comercio Exterior), companhia petrolífera (PDVSA), empresa de telecomunicações (CanTV) e o governo de Hugo Chávez.
Inclusive, foi a grande quantidade de patrocínios que abriu as portas da F-1 para o piloto venezuelano.
A Williams, hoje uma equipe mediana, deve recorrer a um piloto que pague para correr pelo time para repor a perda de investidores.
O dinheiro investido pela Venezuela em Maldonado -foi divulgado que a petrolífera PDVSA pagaria 15 milhões aos ingleses- se encaixa nas aspirações do time.
Na semana passada, durante treinos em Abu Dhabi, Maldonado fez testes na Williams e também na Hispania, equipe em que corre o brasileiro Bruno Senna.
"A Venezuela está me empurrando e me quer na F-1. Todos os meus patrocinadores são do meu país. O Chávez me apoia e quer desenvolver todo o esporte da Venezuela", disse Maldonado, em junho, na Espanha.
Sua estreia na próxima temporada da F-1 é incentivada publicamente pelo presidente Hugo Chávez.
Em setembro, quando o piloto conquistou, com uma corrida de antecedência, o título da GP2, Chávez o premiou com a Ordem do Libertador, a condecoração máxima da Venezuela.
Neste mês, após a última corrida do ano, nos Emirados Árabes, o presidente enviou ao piloto a seguinte mensagem, divulgada nos meios de comunicação do país:
"Pastor, parabéns de toda a Venezuela. Campeão mundial da GP2, antessala da F-1, com sua equipe Rapax. Orgulhoso de ti, Pastor Maldonado, siga em frente, irmão. Viva Venezuela!", disse o texto.
O amparo financeiro de Chávez é prontamente retribuído por Maldonado, presença constante em eventos de apoio ao presidente.
O piloto é frequentemente citado no site do partido chavista, o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela).
Há dois meses, pediu, em rede nacional, que os venezuelanos participassem das eleições legislativas, em setembro, em que Chávez não conseguiu eleger maioria qualificada no Parlamento.


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