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São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2003

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AÇÃO

Irons vence, Slater continua

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Pode continuar chamando o marrudo de campeão mundial. O havaiano Andy Irons conquistou pela segunda vez consecutiva o mundial de surfe profissional, WCT, definido apenas na última bateria da temporada.
De quebra foi bicampeão também do Xbox Pipeline Masters e da Tríplice Coroa Havaiana, feito inédito no circuito.
Avesso a dar entrevistas e a ser simpático com a mídia, a sua cara de poucos amigos ficou mais evidente do que nunca nos dias que antecederam a decisão. A prova em Pipeline ficou interrompida por vários dias aguardando melhores condições do mar, e o clima foi ficando dramático à medida que a data limite do período de espera se aproximava.
Enquanto a chuva e o vento mexiam com o fundo em torno da bancada de corais e com o ânimo dos competidores, Irons e Kelly Slater, os únicos com chance de chegar ao título, travavam um duelo psicológico.
E não faltaram provocações, como o dia em que Slater, de lycra branca, foi surfar bem em frente a casa em que Irons se hospedava.
A tensão no North Shore da ilha de Oahu nesta época é comum.
A expectativa da subida das ondas, o excesso de surfistas e a rivalidade promovem um clima nada amistoso, e com um havaiano na disputa pelo título com um americano hexacampeão mundial, a temperatura realmente subiu.
A etapa de Pipeline é a única no circuito disputada em baterias de quatro atletas, mais um entrave para os dois aspirantes ao título, acostumados às disputas homem-a-homem. E quem chegasse na frente levava.
Na sexta-feira, mesmo com ondas ruins para os padrões de Pipeline, os organizadores resolveram dar continuidade à competição.
No sábado, última data do tour, a previsão era a de que as ondas estariam piores. Então, a sexta, foi uma maratona para os que chegaram à final.
Irons e Slater estavam nela, e disputariam a quarta bateria de 30 minutos no dia.
As esquerdas estavam ruins. Slater optou por ficar mais à direita da bancada, em Gums, bem em frente à casa que estava alugando, estratégia que já havia dado certo nas quartas e na semifinal, quando venceu o irmão do campeão, Bruce. Irons ficou procurando as direitas do Backdoor e logo conseguiu uma onda acima de oito pontos. As ondas não vinham para Slater, e quando ele resolveu mudar de posição era tarde, já precisava de uma combinação, somar mais que uma onda para alcançar o líder. Joel Parkinson ainda ameaçou a vitória de Irons na prova, mas ficou em segundo. Slater, em último.
O marrudo foi abraçado pelo adversário e ao sair da água, ovacionado e carregado nos ombros dos amigos e familiares.
Finalmente pôde sorrir. Numa disputa muito particular com o, até então incontestável, melhor do mundo, levou a melhor.
Slater ficou na água por um bom tempo. Pensava em dedicar a vitória ao pai, morto em 2002, pensava também em parar caso vencesse este ano. Nesse sentido foi bom ter sido derrotado. Vai continuar em 2004, já anunciou.

Super Surf
Confirmado o calendário do circuito brasileiro de 2004: são cinco etapas, começa em Florianópolis e termina no Rio. A Skol será um dos novos patrocinadores e Teco Padaratz será convidado.

Mavericks Big Wave
Dia 17 as ondas já balançaram a bancada californiana para uma sessão de surfe na remada. E Jeff Clark anunciou a realização do campeonato que vai substituir o Men Who Ride Mountains.

Oi Rio Skate Jam
Após três dias de provas na arena montada na Lagoa Rodrigo de Freitas, o dinamarquês Rune Glifberg ficou com o título no vertical, superando Sandro Dias, que mostrou o skate para Lula esta semana.

E-mail sarli@trip.com.br


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