São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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sonho italiano

Milan seduz a elite para ser amado

Sucesso de colônia temática de férias, que custa acima de R$ 1.600,00, leva clube a projetar ser 2ª equipe dos brasileiros

Nas 8 semanas em que o time realizou o programa no Brasil, a média de garotos inscritos foi quase o dobro da que é registrada na Itália

Divulgação
Crianças participam de atividade da colônia de férias do Milan, realizada em julho, em Jarinu (SP), que receberá nova edição do pograma do time italiano em janeiro

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não basta ser apenas conhecido. Precisa ser querido. Num projeto de marketing que visa fortalecer sua marca no Brasil, o Milan ambiciona se tornar uma espécie de segundo time para todo torcedor brasileiro.
E a estratégia do clube italiano foi começar pelo topo para depois chegar à base da pirâmide social do país.
O propulsor da ambição dos italianos pela conquista de um espaço no coração dos brasileiros -e, conseqüentemente, em seus bolsos- é o sucesso obtido pela colônia de férias temática montada pelo Milan no país, cujos preços ainda são inacessíveis à maioria dos torcedores.
Idealizado há quatro anos, e posto em prática há dois, o "Milan Junior Camp" acumula números que levam os executivos de marketing do Milan a programarem novos passos para se firmar como o clube europeu mais adorado no Brasil.
Segundo os milaneses, é um mercado com potencial grande de crescimento, pois o futebol é o esporte mais apreciado e um dos mais praticados no país.
Até hoje, o evento já foi repetido por oito semanas, em São Paulo e no Rio, com a presença acumulada de 920 meninos e meninas entre 8 e 13 anos.
Mas a média de participantes foi o que mais animou os executivos do Milan: 115 por semana. Esse número é quase o dobro da audiência dos Milan Camp na Itália (60 por semana).
E a procura para participar das colônias de férias temáticas do time milanês nada tem a ver com preços baixos. Nos dois próximos "Milan Camp" que já estão programados para ocorrer em São Paulo e em Brasília, em janeiro, a inscrição não fica abaixo de R$ 1.600,00.
Além de passarem por uma espécie de curso intensivo de futebol durante uma semana, os garotos ganham kits com produtos oficiais do Milan e o direito de participar de um sorteio cujo prêmio é uma viagem a Milão. Nesta jornada, conhecem a cidade e as dependências do clube e participam da confraternização que a equipe promove entre representantes de todos os países em que a colônia de férias está instalada.
A última edição do evento já teve crianças brasileiras, que inclusive desfilaram ao redor do gramado do estádio San Siro, onde o Milan manda jogos.
Apesar dos benefícios, os realizadores do projeto no Brasil sabem que o valor da inscrição ainda está muito além do alcance da maioria da população.
"A gente quer reduzir os custos e ampliar o acesso das pessoas aos projetos do Milan para ter uma comunidade grande. Para, de fato, e não só no discurso, o Milan seja o clube estrangeiro mais amado no Brasil", conta Mauro Corrêa, diretor executivo da Golden Goal, empresa parceira do Milan no Brasil, encarregada de realizar os projetos do clube no país.
Além da colônia de férias, o clube já trouxe o "Milan Park", um parque temático itinerante que deve retornar ao Rio e a São Paulo para temporadas de 45 dias no próximo ano.
O Milan, cuja ligação com o futebol brasileiro é histórica -hoje cinco atletas do país integram o elenco principal, além de ter o ex-meia Leonardo na diretoria-, mostra-se tão empolgado com a receptividade da marca no Brasil que já projeta o próximo passo de sua estratégia de marketing.
A intenção é desenvolver uma versão local de sua página na internet -que já tem versões em seis idiomas, uma delas em português-, com conteúdo produzido no Brasil.


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