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Em um F-1 após 5 anos, Hakkinen diz que aliviou
Bicampeão, finlandês rouba cena na pré-temporada ao fazer 79 voltas na Espanha
Afastado da categoria desde
2001, piloto não afirma se
volta e explica última posição
em teste alegando que "não
queria estragar" o McLaren
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma pré-temporada da
F-1 em que suas maiores estrelas não foram o destaque -devido a problemas contratuais, o
finlandês Kimi Raikkonen não
testou e o bicampeão Fernando
Alonso só treinou um dia-,
quem roubou a cena foi um ex-campeão, que estava afastado
da categoria havia cinco anos.
O pedido partiu do próprio
Mika Hakkinen, 38. Com vontade de se "refamiliarizar" com
o carro, ele pediu à McLaren
para se sentar novamente no
cockpit de um F-1. Pedido aceito, o bicampeão completou 79
voltas em Barcelona, no último
dia 30 de novembro, e deixou
uma pergunta no ar.
Ele vai voltar?
"Não posso responder a essa
pergunta assim, já que seria
preciso mais de um dia de testes para saber", afirmou o piloto finlandês à Folha, em entrevista por e-mail. "Este teste
não foi programado para avaliar a minha performance. Enquanto eu não souber em que
nível realmente estou, a minha
idéia é seguir na DTM [Alemão
de turismo, campeonato que
disputa desde 2005]."
Em suas 11 temporadas na
F-1, Hakkinen conquistou,
além dos títulos de 1998 e 1999,
20 vitórias, 26 poles e subiu 51
vezes ao pódio. Deixou a principal categoria do automobilismo após o GP do Japão de
2001, quando terminou a prova
na quarta colocação.
FOLHA - Por que você deixou a F-1?
MIKA HAKKINEN - Parei porque
estava farto à época. Tinha corrido na F-1 por 11 anos, o que requer, se você quer estar no topo, muito sacrifício, tanto pessoal como profissionalmente.
Meu primeiro filho [Hugo] tinha nascido, e achei que seria
um bom momento para me
concentrar na minha família, o
que seria difícil como piloto de
F-1. Além disso, já tinha conseguido atingir muitos objetivos a
que tinha me proposto: queria
correr na F-1 e corri, queria
vencer corridas e venci e queria
ser campeão e fui. Duas vezes.
FOLHA - Arrepende-se de alguma
coisa durante esse período?
HAKKINEN - Não sou do tipo de
homem que se arrepende.
FOLHA - Qual foi a sensação de dirigir um F-1 novamente? Estava ansioso ou receoso?
HAKKINEN - Foi um momento
muito especial para mim, após
cinco anos. Fazia tanto tempo
que não sabia se conseguiria dirigir um carro daqueles. Não
estava ansioso, só queria que o
dia começasse logo. Fui bem
cuidadoso porque a idéia era
sentir o carro e dar ao time um
feedback preciso do que acho
de um F-1 atualmente. Tentar
fazer o melhor tempo seria um
erro, já que isso implicaria correr riscos e guiar no limite
[Hakkinen fez o pior tempo entre os 18 pilotos que treinaram
no dia 30 de novembro]. Fora
que não queria estragar o carro.
FOLHA - Quais foram as maiores diferenças que você sentiu no carro?
HAKKINEN - Por razões confidenciais não posso falar muito
sobre isso. Mas elas são mais
sentidas na parte aerodinâmica, já que há mais pressão aerodinâmica, o motor e claro, os
pneus. Já testei com os Bridgestone para 2007.
FOLHA - Pelo que estava esperando, acha que foi bem?
HAKKINEN - Considerando a situação, acho que foi um dia
bem produtivo. Encontrei os
sentimento que procurava e,
pelo que soube, o time ficou satisfeito com a contribuição.
FOLHA - Em seus últimos anos na
F-1, muito se falava sobre um eventual problema com álcool. O que você pode dizer sobre isso?
HAKKINEN - Rumores são sempre rumores e as pessoas que
falam essas coisas não vivem
comigo. Pense, não faz sentido.
Como eu poderia ter problemas com álcool e construir a
carreira que construi na F-1 ou
a carreira que ainda tenho?
Quando parei, em 2001, não escondi o fato de que gosto de me
"divertir" com a família e os
amigos, mas sempre bebi com
responsabilidade. Hoje sou embaixador de uma marca de bebidas importante [Johnnie
Walker, patrocinador da McLaren] e acho que eles não confiariam em mim se eu tivesse problemas com bebidas.
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