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Esporte aperta cerco a YouTube
Maiores ligas do mundo pedem retirada de vídeos e estudam ações judiciais para garantir direitos
Liga norte-americana de hóquei já entrou em acordo, mas NBA pode ir à Justiça para defender propriedade de imagens de seus torneios
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco mais de um ano após
sua criação, o YouTube, principal site de compartilhamento
de vídeos pela internet, já incomoda a direção dos principais
eventos esportivos do planeta.
Os maiores campeonatos europeus de futebol, bem como as
principais ligas dos EUA (NBA,
NFL e MLB), estudam formas
de serem reembolsados pela
veiculação livre de imagens de
suas competições, que são protegidas por direitos autorais.
"Em termos gerais, a maioria
dos esportes quer permitir que
os torcedores assistam aos teipes de suas competições. Mas é
preciso que haja um controle
das licenças e que sejam respeitados contratos de exclusividade já existentes", disse à Folha
Christopher Stokes, diretor-executivo da NetResult, escritório especializado em proteção ao direito autoral on-line.
A companhia trabalha para
as ligas da Inglaterra e da Alemanha, a Copa dos Campeões e
a da Uefa, além da F-1 e do Torneio de Roland Garros, entre
outros. Atuou ainda para a Fifa,
o Comitê Olímpico Internacional e o Campeonato Francês.
Para o especialista, a veiculação livre dos conteúdos fere
uma premissa básica das ligas:
a liberdade de escolher onde
divulgar suas imagens.
"Elas têm o direito de decidir
se querem ter parceiros como
YouTube e Google ou se gostariam de distribuir os vídeos em
seus próprios sites ou nos dos
clubes", declarou Stokes.
O escritório contabilizou
cerca de mil vídeos de seus
clientes disponíveis no YouTube sem autorização. Segundo
Stokes, isso é só a ponta do iceberg, pois pesquisa mais cuidadosa encontraria número bem
maior de casos. "É importante
que os sites respeitem os direitos de imagem e só incluam
conteúdos os quais detenham
permissão de exibir", disse.
Por enquanto, segundo ele,
as ligas estudam que medidas
tomar. A via judicial não está
descartada, e a iniciativa já foi
anunciada como provável para
o Campeonato Alemão e para o
Bayern de Munique, clube
mais popular do país.
Mais cauteloso, o Campeonato Inglês somente requereu
a retirada de suas imagens do
ar -ainda não foi atendido.
Mas um porta-voz da liga inglesa foi mais incisivo, afirmando
que "a propriedade intelectual
está sendo infringida".
O movimento de insatisfação
não está restrito aos campos
europeus. Nas arenas americanas, os incomodados se mexem. A NHL foi quem se adiantou no assunto. Em novembro,
a liga norte-americana de hóquei foi a primeira a assinar
acordo com o YouTube e liberar seus vídeos -detalhes do
acerto não foram divulgados.
"A NHL proporcionará aos
fãs do hóquei em geral uma
ampla seleção de vídeos gratuitos de curta duração", afirmou
a liga, em comunicado oficial.
A NBA, por outro lado, já solicitou a retirada das imagens
de seus campeonatos do ar. O
pedido não foi levado a sério.
Em uma busca rápida, é possível encontrar alguns dos principais lances das finais da liga
de basquete no YouTube.
Com agências internacionais
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