São Paulo, segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

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CIDA SANTOS

Giro pela Itália


País vê Zé Roberto, Sheilla e Mari fechando o ano como campeões e ruína do império erguido no vôlei masculino


O ANO não poderia terminar melhor para um trio do vôlei brasileiro. O Pesaro, do técnico José Roberto Guimarães e das atacantes Mari e Sheilla, foi campeão da Supercopa da Itália, no fim de semana. Foi a competição de estréia de Zé Roberto e Mari na Itália. O torneio reuniu os quatro melhores times italianos. O Pesaro eliminou o Bergamo, da levantadora Lo Bianco e da ponteira Francesca Piccinini, por 3 sets a 1. Mari foi a maior pontuadora, com 20 pontos. Já o Novara derrotou o Perugia, de Fofão e Walewska, por 3 sets a 0, com 45 a 43 no terceiro set.
Na final, o confronto foi entre Pesaro e Novara, da cubana Taismaris Aguero. A expectativa era a de uma partida bem disputada. Engano. Com velocidade e um bloqueio poderoso, o Pesaro venceu rápido: 3 a 0 (25/19, 25/23 e 25/22). O último ponto veio com um ace de Sheilla. A vitória coloca o Pesaro como um dos favoritos também ao título do Italiano. No feminino, o clima do vôlei na Itália é de calmaria. Já no masculino, a turbulência é total. O império italiano no vôlei masculino, construído nos anos 90 com três títulos mundiais e oito da Liga, está ruindo. O quinto lugar no Mundial do Japão, em novembro, detonou um bate-boca, via imprensa, sem precedentes, entre os dirigentes da Liga dos Clubes e a direção da Federação Italiana de Vôlei.
Os problemas começaram depois da Liga Mundial, em agosto, quando a Itália não conseguiu se classificar e jogou a fase final como convidada. A reivindicação dos dirigentes da Liga de Clubes na época era a mesma da atual: querem a substituição do técnico Gian Paolo Montali. Os clubes reclamam que os maus resultados prejudicam a imagem do vôlei italiano e já questionam a qualidade dos treinos de Montali e o tempo que os atletas ficam na seleção, já que não há bons resultados. Vale lembrar que, após o fracasso na Liga, houve um movimento de jogadores, liderado pelo atacante Papi, pedindo a demissão de Montali. O pedido não foi atendido: os atletas recuaram e disputaram o Mundial.
O presidente da Federação Italiana, Carlo Magri, disse que o quinto lugar no Mundial não foi um desastre e que vai manter o técnico até o final do contrato, em 2009. Na última semana, os dirigentes da Liga divulgaram mais uma carta questionando o trabalho de Montali. Outra questão que atormenta os italianos é como substituir com qualidade os atletas experientes. O atacante Papi, 33, anunciou sua despedida da seleção. A Itália não conta com um grande trabalho nas seleções de base.
Os clubes também estão sendo questionados. A crítica é que há muitos estrangeiros nos times. Exemplo: só do Brasil, nove atletas da seleção atuam na Itália. Resultado: com tantas estrelas, não há espaço para a nova geração italiana jogar no campeonato de clubes mais disputado do mundo.

SEM FOLGA
O Campeonato Italiano não pára. Amanhã, vai ser disputada a décima rodada. O Cuneo, de Giba, é o líder com 23 pontos, quatro a mais do que o segundo colocado, o Piacenza, de Escadinha. O Treviso, de Gustavo, está em terceiro, e o Modena, de Ricardinho, em sexto.

SEM FOLGA 2
O Minas é o único representante brasileiro no Flanders Gala, torneio da Bélgica, que tem início amanhã. Além do Minas, vão jogar Paris (França), Mallorca (Espanha), Roterdã (Holanda), Ancara (Turquia) e Roeselare (Bélgica).

BYE, BYE BRASIL
Mais uma jogadora está de malas prontas para o exterior. A ponteira Fofinha deixa o Macaé para atuar no Hisamitsu (JAP). Ela assinou por dois anos com o clube japonês.

cidasan@uol.com.br


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