São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Sob megaesquema de segurança, time faz 2 a 0 no São Paulo e se iguala ao Fluminense como maior vencedor da Copa SP

Pacaembu blindado vê festa corintiana

MARCUS VINICIUS MARINHO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

No dia em que o Pacaembu foi protegido pelo maior esquema de segurança já visto no estádio, o Corinthians obteve mais um título histórico. Num jogo tenso, fez 2 a 0 no São Paulo e sagrou-se campeão da Copa SP de juniores no aniversário de 450 anos da cidade.
A taça conquistada ontem ficará na sala em que o clube exibe outro título referente a uma data festiva: o Paulista de 1954, ano do quarto centenário de São Paulo.
Agora o time do Parque São Jorge é o dono do maior número de títulos da competição, ao lado do Fluminense. Cada um tem cinco.
Com medo da repetição de tragédias que já marcaram jogos de juniores na cidade, a Polícia Militar cercou o estádio. Montou barreiras, inclusive com a cavalaria, com o intuito de impedir o encontro de são-paulinos e corintianos.
"Por causa dos antecedentes e por se tratar de um público mais jovem, que é mais violento, procuramos fazer um esquema diferente, ainda mais rigoroso", disse o coronel Marcos Cabral Marinho de Moura, responsável pelo policiamento de ontem no estádio.
Segundo ele, nenhum caso grave foi registrado. Embora tenha ajudado a polícia o pequeno público -foram vendidos só 19.440 ingressos, de 36 mil postos à venda-, o estádio foi protegido por 350 homens, efetivo maior que o de grandes jogos no Morumbi.
Os conflitos só aconteceram em campo. Foram expulsos três são-paulinos (Marco Antônio, André e Alê) e um corintiano (Fininho).
As jogadas ríspidas aumentaram depois de o Corinthians abrir o placar com Bobô, aos 5min da etapa final. Ele começou na reserva e entrou após o intervalo.
Aos 37min, o goleiro Matheus fez pênalti em Rosinei. Rafael cobrou e marcou o segundo.
O gol gerou o momento de maior tensão. Os reservas do Corinthians comemoraram acenando e fazendo gestos obscenos para os torcedores rivais, que ameaçaram invadir o campo.
Uma barreira de policiais os impediu de se aproximar do alambrado. "Não deveria ter feito isso e peço desculpas", disse o atacante Abuda, que já havia sido substituído e foi expulso do banco por ter provocado os são-paulinos.
Na entrega da taça, os corintianos beijavam suas medalhas e as mostravam para os poucos torcedores do adversário que ainda estavam no estádio.
Apesar da vantagem de 2 a 0, os últimos minutos tiveram uma dose de dramaticidade para o Corinthians. Com uma contusão na coxa, Wendel tentava correr mancando. Ele não pôde sair porque o técnico Adaílton Ladeira já tinha feito as três substituições.
O volante Rafael deixou o gramado sangrando. "Esse sangue é uma prova da raça corintiana", afirmou na comemoração.
Vizolli, técnico são-paulino, lamentou a falta de pontaria de sua equipe, que dominou o primeiro tempo e teve pelo menos quatro chances para marcar. "Futebol não aceita desaforo. Desperdiçamos chances e perdemos o jogo."


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