São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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raridade

Oportunidade única esquenta clássico

Separados por uma divisão no Nacional, Corinthians e São Paulo dependem do Paulista para se enfrentar outra vez neste ano

Referências de suas equipes nos anos 90, Marcelinho e Raí relembram confrontos do passado e torcem por novas partidas em 2008


EDUARDO ARRUDA
JULYANA TRAVAGLIA
LUIS FERRARI

DA REPORTAGEM LOCAL

O Majestoso, apelido do clássico entre Corinthians e São Paulo, pode, pela primeira vez na história, ter edição única numa temporada. O jogo de amanhã, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, além de ser o primeiro, pode ser também o último do ano entre os clubes.
Nunca nos 73 anos de história do confronto (sem contar os duelos entre Corinthians e São Paulo da Floresta, antes de 1935) as equipes se enfrentaram menos de duas vezes em uma temporada.
Neste ano, isso pode ocorrer caso os dois não cheguem às semifinais do Paulista. Um contraste evidente com os anos de 1994 e 1999, quando protagonizaram oito clássicos.
Depois da competição regional, corintianos e são-paulinos seguirão caminhos diferentes.
O time alvinegro disputará a Copa do Brasil, enquanto o tricolor tentará o tetra na Libertadores. Em maio, o Corinthians disputará pela primeira vez em sua história a Série B do Brasileiro. Já o São Paulo defenderá seu título na elite do Nacional.
Neste século, a rivalidade entre os dois se acirrou. Em 2002, os corintianos eliminaram os rivais no Torneio Rio-SP e na Copa do Brasil. No ano seguinte, o clube do Parque São Jorge levou o Paulista batendo o time do Morumbi na decisão.
Foi o último Estadual vencido pelo Corinthians, que, depois, só voltou a bater os são-paulinos no Brasileiro de 2007, após quatro anos de jejum.
"Naquela época, era maravilhoso, porque ganhamos quase todos os clássicos que tivemos com o São Paulo", relembrou Marcelinho, ícone do Corinthians nos anos 90.
"A gente sempre tinha o hábito de fazer muitos gols. Era gostoso, desde a preparação ao longo da semana, sabendo que tinha o clássico", completou.
Raí, outro que viveu bastante a euforia que existe em torno desse clássico na década passada, hoje lamenta a situação pela qual o Corinthians passa.
"Com certeza, isso reflete a situação dos dois clubes e a forma como foram administrados nos últimos anos", comentou o ex-camisa 10 são-paulino, lembrando o período de turbulência que o rival do Parque São Jorge viveu na temporada de 2007 e que culminou com o descenso do time no Nacional.
Embora estejam separados por uma divisão no plano nacional, Raí afirma que a diferença entre as duas equipes é menor no terreno estadual.
"Acho que, se pegar o Paulista, o abismo entre as equipes não se resume ao jogo em si. O São Paulo pode estar na primeira divisão e o Corinthians na terceira que será sempre difícil", acrescentou Raí, relembrando jogos marcantes contra a equipe do Parque São Jorge.
"São três os clássicos inesquecíveis. O de 1991, quando fiz três gols na final do Paulista e fomos campeões. O de 1998, pela forma inusitada. Voltei para o último jogo e fiz gol na final. E o de 1999, quando perdi dois pênaltis [defendidos por Dida] na semifinal do Brasileiro."
Personagens de histórias do passado, Marcelinho e Raí estarão novamente de lados opostos, mas na torcida. E verão novos ídolos brilharem ou sentirem o peso que só um clássico tem. "Futebol é como montanha-russa. Dá voltas. Apesar das dificuldades, a gente pode subir neste ano e se encontrar [com o São Paulo] na Série A [de 2009]. E aí a gente vê", comentou o goleiro Felipe, destaque do atual Corinthians.


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