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raridade
Oportunidade única esquenta clássico
Separados por uma divisão no Nacional, Corinthians e São Paulo dependem do Paulista para se enfrentar outra vez neste ano
Referências de suas equipes nos anos 90, Marcelinho e Raí relembram confrontos do passado e torcem por novas partidas em 2008
EDUARDO ARRUDA
JULYANA TRAVAGLIA
LUIS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Majestoso, apelido do clássico entre Corinthians e São
Paulo, pode, pela primeira vez
na história, ter edição única numa temporada. O jogo de amanhã, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista, além de ser o
primeiro, pode ser também o
último do ano entre os clubes.
Nunca nos 73 anos de história do confronto (sem contar os
duelos entre Corinthians e São
Paulo da Floresta, antes de
1935) as equipes se enfrentaram menos de duas vezes em
uma temporada.
Neste ano, isso pode ocorrer
caso os dois não cheguem às semifinais do Paulista. Um contraste evidente com os anos de
1994 e 1999, quando protagonizaram oito clássicos.
Depois da competição regional, corintianos e são-paulinos
seguirão caminhos diferentes.
O time alvinegro disputará a
Copa do Brasil, enquanto o tricolor tentará o tetra na Libertadores. Em maio, o Corinthians
disputará pela primeira vez em
sua história a Série B do Brasileiro. Já o São Paulo defenderá
seu título na elite do Nacional.
Neste século, a rivalidade entre os dois se acirrou. Em 2002,
os corintianos eliminaram os
rivais no Torneio Rio-SP e na
Copa do Brasil. No ano seguinte, o clube do Parque São Jorge
levou o Paulista batendo o time
do Morumbi na decisão.
Foi o último Estadual vencido pelo Corinthians, que, depois, só voltou a bater os são-paulinos no Brasileiro de 2007,
após quatro anos de jejum.
"Naquela época, era maravilhoso, porque ganhamos quase
todos os clássicos que tivemos
com o São Paulo", relembrou
Marcelinho, ícone do Corinthians nos anos 90.
"A gente sempre tinha o hábito de fazer muitos gols. Era
gostoso, desde a preparação ao
longo da semana, sabendo que
tinha o clássico", completou.
Raí, outro que viveu bastante
a euforia que existe em torno
desse clássico na década passada, hoje lamenta a situação pela
qual o Corinthians passa.
"Com certeza, isso reflete a
situação dos dois clubes e a forma como foram administrados
nos últimos anos", comentou o
ex-camisa 10 são-paulino, lembrando o período de turbulência que o rival do Parque São
Jorge viveu na temporada de
2007 e que culminou com o
descenso do time no Nacional.
Embora estejam separados
por uma divisão no plano nacional, Raí afirma que a diferença entre as duas equipes é
menor no terreno estadual.
"Acho que, se pegar o Paulista, o abismo entre as equipes
não se resume ao jogo em si. O
São Paulo pode estar na primeira divisão e o Corinthians na
terceira que será sempre difícil", acrescentou Raí, relembrando jogos marcantes contra
a equipe do Parque São Jorge.
"São três os clássicos inesquecíveis. O de 1991, quando fiz
três gols na final do Paulista e
fomos campeões. O de 1998, pela forma inusitada. Voltei para
o último jogo e fiz gol na final. E
o de 1999, quando perdi dois
pênaltis [defendidos por Dida]
na semifinal do Brasileiro."
Personagens de histórias do
passado, Marcelinho e Raí estarão novamente de lados opostos, mas na torcida. E verão novos ídolos brilharem ou sentirem o peso que só um clássico
tem. "Futebol é como montanha-russa. Dá voltas. Apesar
das dificuldades, a gente pode
subir neste ano e se encontrar
[com o São Paulo] na Série A
[de 2009]. E aí a gente vê", comentou o goleiro Felipe, destaque do atual Corinthians.
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