São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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Prancheta do PVC

Paulo Vinícius Coelho - pvc@uol.com.br

Os atacantes de Luxemburgo

NO MEIO DE 2002, depois de perder a semifinal do Rio-São Paulo por cartões amarelos, Vanderlei Luxemburgo estava decidido a mudar o jeito de jogar do Palmeiras. Paulo Assunção, hoje no Atlético de Madri, atuaria como terceiro zagueiro. À frente dos três beques, uma linha de quatro armadores, com Leonardo Moura na ala e Arce como segundo volante. No ataque, três homens.
O técnico e sua experiência levaram uma ducha de água fria com a derrota por 3 a 1 para o Paysandu na semifinal da Copa dos Campeões daquele ano. A mudança sumiu de vez porque Luxemburgo foi para o Cruzeiro logo depois da estreia no Brasileirão.
Calado, sem alarde, Luxemburgo não fala sobre o sistema tático neste início de 2009. Mas foi assim, com três zagueiros e três atacantes, que o Palmeiras venceu o Mogi Mirim anteontem. Diego Souza aberto pelo lado esquerdo, Williams pela direita, Keirrison como centroavante.
Diego, meia por vocação, funcionou quase como ponta-esquerda, quando a equipe tinha a bola. Mas ajudou a marcar como meio-campista, na hora de retomá-la. "A grande qualidade da equipe foi a marcação no campo de ataque, no primeiro tempo", analisou Luxemburgo.
Sua razão em exaltar o time que não deixa o rival respirar não esconde a outra grande qualidade apresentada anteontem: velocidade. "A montagem do elenco privilegiou essa característica. O time ficou muito veloz", diz o preparador físico, Antônio Mello.
Luxemburgo se esquivou de comparar a equipe de 2009 com a do ano passado. O time de 2008 foi campeão paulista. O deste ano só venceu duas partidas e é cedo demais para imaginar o que poderá fazer. Mesmo assim, chamou a atenção o modo como o Palmeiras tocou a bola de primeira, teve jogadas de ultrapassagem pelos lados do campo, jogou no ritmo veloz de Keirrison. A rapidez é, também, fruto da escalação de Cleiton Xavier ao lado de Pierre, como espécie de segundo volante. Uma faca de dois gumes. Com Cleiton ali, a bola sai sempre rápida da defesa para o ataque. Contra times com armadores talentosos, pode faltar outro volante forte para marcar na cabeça-de-área. Mas sobrará velocidade.
A LENTIDÃO
A primeira avaliação de Dorival Júnior no Vasco é a de que precisa de um segundo volante mais forte. Em 2008, Júnior era um dos que observavam que o Palmeiras, de Luxemburgo, era lento e não marcava. O símbolo da deficiência era Léo Lima. Pois hoje Léo Lima é o segundo volante do Vasco.

ESQUECERAM DE MIM
Otacílio Neto já deu dois passes para gol, em duas rodadas do Paulistão. Mas quem mais venceu na rodada foi Lulinha. Nas listas dos meias que hoje o Corinthians possui, constam Morais, Douglas, Dentinho, Jorge Henrique, Elias e... Lulinha. Mas só Mano Menezes se lembrou dele.

O LUGAR CERTO
Em 2008, Arouca jogou muito bem como segundo volante ou meia de ligação, como quando destroçou o São Paulo no Morumbi, em novembro. Muricy escalou-o quase como terceiro atacante, na mesma linha de Hugo, pouco atrás de Washington. Não rendeu. O grande problema é escalá-lo ao lado de Hernanes, que gosta de jogar na mesma faixa do campo. Escalar os dois é, por enquanto, um dos maiores desafios para Muricy achar o São Paulo ideal.


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