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São Paulo para exportação bate Santos e leva Copa
Com jogadores altos e com contratos longos, equipe da capital supera rival franzino e conquista torneio de juniores
Terceiro título são-paulino na Copa SP chega apenas na decisão por pênaltis e depois de arbitragem polêmica no Pacaembu
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Richard, goleiro do São Paulo, defende um dos pênaltis que deu ao time sua terceira Copa SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A vitória polêmica, nos pênaltis, depois de empate em 1 a
1 no tempo normal, sobre o
Santos ontem, no Pacaembu,
deu ao São Paulo o seu terceiro
título da Copa São Paulo de juniores. E também um pacote de
jogadores mais talhados para o
futebol europeu do que para a
equipe profissional do clube.
O São Paulo foi campeão com
um time de jogadores fortes e
amarrados ao clube por longos
contratos, diante de um Santos
franzino e que pode perder parte de seus destaques já nas próximas semanas.
Situações que deixam o clube
do Morumbi em vantagem
diante do rival na chance de lucrar com suas revelações. Isso
porque existe uma preferência
clara dos clubes europeus por
atletas de maior porte físico. E
também porque o São Paulo se
"protegeu" mais que o Santos.
Os dez jogadores de linha
são-paulinos que começaram a
partida de ontem têm altura
média de 1,80 m, ou quase cinco
centímetros a mais do que a
média dos titulares santistas.
Oito dos jogadores do time
do Morumbi que começaram a
partida tem contrato vencendo
a partir de 2012. Do lado santista, destaques como o lateral
Wesley, o meia-atacante Nikão
e o artilheiro Renan Mota têm
vinculo com o clube acabando
ainda neste semestre.
Dentro de campo, o porte físico e a maior estabilidade no
emprego pesaram ontem.
Além de mais frágil, o Santos
ainda foi prejudicado por entrar em campo menos de 40 horas depois do jogo contra o Palmeiras pelas semifinais -o São
Paulo conquistou a vaga na decisão na última sexta-feira.
Enquanto tinha fôlego, o time do litoral dominou o jogo
graças à maior técnica de seus
jogadores. Foi numa boa tabela,
aos 18min, que Renan Mota
abriu o placar.
No segundo tempo, começou
a faltar fôlego para o Santos, no
jogo que começou, sob forte calor, às 10h. O time ainda foi prejudicado pelo juiz, que não expulsou o goleiro são-paulino
Richard por falta violenta em
Renan Mota na segunda etapa
-o clube prepara queixa formal na federação contra o juiz.
O São Paulo passou então a
pressionar e conseguiu o empate aos 40min, em belo chute de
fora da área de Ronieli.
Após o apito final, Narciso, o
técnico do Santos, tentou partir
para cima do juiz, mas foi impedido por um policial. "Ele [o policial] é um despreparado", disse o ex-zagueiro, que ainda
apontou favorecimento ao São
Paulo. "O Santos sempre é roubado", falou Narciso.
Richard, o pivô do lance que
revoltou o Santos, acabou sendo o grande herói do jogo.
Ele defendeu as três cobranças santistas, enquanto seus
companheiros tiveram 100%
de aproveitamento, dando ao
São Paulo a vitória por 3 a 0 nos
pênaltis em um Pacaembu com
23 mil torcedores.
O título levou os são-paulinos ao êxtase. No vestiário, depois de grande comemoração
com os atletas, o presidente Juvenal Juvêncio lembrou o momento pelo qual passam as categorias de base do clube, com
jogadores querendo deixar a
equipe por via da Justiça. "Algumas pessoas têm inveja do
São Paulo", disse Juvenal, que
colocou os atletas rebeldes na
situação de "sequestrados" por
seus agentes. "É uma escravidão, eles precisam da carta de
alforria."
(PAULO COBOS)
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