São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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São Paulo para exportação bate Santos e leva Copa

Com jogadores altos e com contratos longos, equipe da capital supera rival franzino e conquista torneio de juniores

Terceiro título são-paulino na Copa SP chega apenas na decisão por pênaltis e depois de arbitragem polêmica no Pacaembu

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Richard, goleiro do São Paulo, defende um dos pênaltis que deu ao time sua terceira Copa SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A vitória polêmica, nos pênaltis, depois de empate em 1 a 1 no tempo normal, sobre o Santos ontem, no Pacaembu, deu ao São Paulo o seu terceiro título da Copa São Paulo de juniores. E também um pacote de jogadores mais talhados para o futebol europeu do que para a equipe profissional do clube.
O São Paulo foi campeão com um time de jogadores fortes e amarrados ao clube por longos contratos, diante de um Santos franzino e que pode perder parte de seus destaques já nas próximas semanas.
Situações que deixam o clube do Morumbi em vantagem diante do rival na chance de lucrar com suas revelações. Isso porque existe uma preferência clara dos clubes europeus por atletas de maior porte físico. E também porque o São Paulo se "protegeu" mais que o Santos.
Os dez jogadores de linha são-paulinos que começaram a partida de ontem têm altura média de 1,80 m, ou quase cinco centímetros a mais do que a média dos titulares santistas.
Oito dos jogadores do time do Morumbi que começaram a partida tem contrato vencendo a partir de 2012. Do lado santista, destaques como o lateral Wesley, o meia-atacante Nikão e o artilheiro Renan Mota têm vinculo com o clube acabando ainda neste semestre.
Dentro de campo, o porte físico e a maior estabilidade no emprego pesaram ontem.
Além de mais frágil, o Santos ainda foi prejudicado por entrar em campo menos de 40 horas depois do jogo contra o Palmeiras pelas semifinais -o São Paulo conquistou a vaga na decisão na última sexta-feira.
Enquanto tinha fôlego, o time do litoral dominou o jogo graças à maior técnica de seus jogadores. Foi numa boa tabela, aos 18min, que Renan Mota abriu o placar.
No segundo tempo, começou a faltar fôlego para o Santos, no jogo que começou, sob forte calor, às 10h. O time ainda foi prejudicado pelo juiz, que não expulsou o goleiro são-paulino Richard por falta violenta em Renan Mota na segunda etapa -o clube prepara queixa formal na federação contra o juiz.
O São Paulo passou então a pressionar e conseguiu o empate aos 40min, em belo chute de fora da área de Ronieli.
Após o apito final, Narciso, o técnico do Santos, tentou partir para cima do juiz, mas foi impedido por um policial. "Ele [o policial] é um despreparado", disse o ex-zagueiro, que ainda apontou favorecimento ao São Paulo. "O Santos sempre é roubado", falou Narciso.
Richard, o pivô do lance que revoltou o Santos, acabou sendo o grande herói do jogo.
Ele defendeu as três cobranças santistas, enquanto seus companheiros tiveram 100% de aproveitamento, dando ao São Paulo a vitória por 3 a 0 nos pênaltis em um Pacaembu com 23 mil torcedores.
O título levou os são-paulinos ao êxtase. No vestiário, depois de grande comemoração com os atletas, o presidente Juvenal Juvêncio lembrou o momento pelo qual passam as categorias de base do clube, com jogadores querendo deixar a equipe por via da Justiça. "Algumas pessoas têm inveja do São Paulo", disse Juvenal, que colocou os atletas rebeldes na situação de "sequestrados" por seus agentes. "É uma escravidão, eles precisam da carta de alforria." (PAULO COBOS)


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