São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011 |
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TOSTÃO Futebol esquizofrênico
TITE CRIOU mais uma joia para o dicionário titês: treinabilidade. Gosto mais do titês que do lazaronês. O titês é mais profundo. Corinthians e Grêmio, enfraquecidos pelas perdas de Elias e Jonas, jogam hoje pela Libertadores. O futebol brasileiro está esquizofrênico. Não tem dinheiro para manter seus principais jogadores, como Elias, Jonas, Giuliano e Hernanes, mas paga altíssimos salários para atletas em fim de carreira, que não têm mais lugar em grandes times da Europa e jogam muito pouco. Roberto Carlos é exceção. Dirigentes só pensam em negócios, grifes e festas para receber os craques do passado. Promovem produtos que não mais existem. É a cultura do espetáculo. O torcedor, consumidor, é enganado. O Brasil, pela tradição, pelo tamanho, por ter grandes clubes com uma estrutura profissional de apoio aos atletas até melhor que a dos países desenvolvidos e por pagar altos salários, deveria ganhar, com facilidade, todos os torneios sul-americanos de todas as categorias. Não é o que ocorre. As partidas costumam ser equilibradas. Por causa dessa estrutura profissional, desde as categorias de base, e pela preocupação em formar jogadores altos e fortes, os jovens brasileiros ficam prontos fisicamente muito mais cedo que os de outros países sul-americanos. Isso é uma grande vantagem em torneios sub-20. Muitos se destacam por isso. Quando vão para as equipes principais, perdem essa vantagem física e frustram os que achavam que eles se tornariam craques. Neymar é exceção. Mesmo se houver surpresa e se a seleção não se classificar para a Olimpíada, Neymar tem grandes chances de se tornar um fenômeno mundial. Ainda não é. Neymar e pouquíssimos jogadores, em todos os tempos, conseguem driblar em altíssima velocidade pelos dois lados e, de repente, mudar a trajetória do corpo, diminuir a rapidez dos movimentos, sem perder o equilíbrio e o domínio da bola para, em seguida, finalizar muito bem com os dois pés. CONVOCAÇÃO Nenhuma grande novidade, já que Mano Menezes, por ser início de temporada, não chamou atletas que atuam no Brasil. Não há mais no exterior tantos bons jogadores. Se a Copa fosse neste ano, Lúcio e Maicon, para ser reserva de Daniel Alves, teriam de estar presentes. Brevemente, Kaká fará parte desse grupo. Há muito tempo não vejo a seleção principal com tantos jogadores comuns, ainda mais sem Neymar e Ganso. Texto Anterior: Palmeiras: Time festeja calma após duas vitórias consecutivas Próximo Texto: Líder, Santos encara rival em agonia Índice | Comunicar Erros |
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