São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Para dirigentes, Dualib teme Leão

Vices afirmam que o presidente do Corinthians não cobrará técnico pelos maus resultados e indisciplina

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Emerson Leão não foi cobrado pelo presidente do Corinthians, Alberto Dualib, pela má fase do time no Paulista. O motivo, segundo alguns dos vices do clube, é que Dualib teme o técnico e, sempre que deseja falar algo "desagradável", manda recados por seus aliados.
Mesmo pressionado por alguns dirigentes a demitir o treinador, Dualib se recusa a ter uma conversa cara a cara com Leão sobre a situação do time.
O dirigente não está satisfeito com Leão, que tem se desentendido com a mídia. Por isso, mandou o vice de comunicação, Flávio Adauto, falar com o técnico. Na sexta, Dualib disse que não demitirá Leão. "Não são duas ou três partidas que nos farão mudar o trabalho. No ano passado, tivemos vários treinadores e não deu certo."
Ontem, o diretor de futebol, Edvar Simões, reforçou a posição da diretoria. "Acho injusta a cobrança com o técnico, que teve a coragem de aceitar o convite e assumir o time quando estávamos na última posição do Brasileiro [2006]. Se tivéssemos sido rebaixados, todo seu currículo teria ido pelo ralo."
Os detratores de Leão argumentam que ele, apesar de ter livrado o clube da segunda divisão, enfraqueceu o time ao brigar com Tevez e Mascherano.
Leão disse que não vai jogar a toalha. E, como Simões, afirmou ser o "burro que livrou o time da queda". Sobre a torcida, que anteontem, após o jogo com o Rio Branco (1 a 1), pediu a demissão dele, disse: "Pediram a minha cabeça? Nem vi".
Se, por enquanto, o emprego de Leão está assegurado, a situação pode ficar insustentável se o time não bater o Pirambu, na quinta, pela Copa do Brasil. Depois, no domingo, pega o Palmeiras. "Será complicado porque as duas equipes estão quase iguais", disse Leão.
Além disso, o Corinthians pode perder Roger, Magrão e Betão, que serão julgados hoje no Tribunal de Justiça Desportiva. "Isso gera intranqüilidade e falta de conjunto", disse Leão, que critica a arbitragem pelo alto número de expulsões -foram 9 em 11 jogos.
Alguns cartolas argumentam que o time perde muitos jogadores por conta da falta de um padrão tático. Dizem que Leão não enxerga o jogo, mexe mal e acaba expondo o time, que é obrigado a fazer muitas faltas.


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