São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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Corinthians muda rotina por Ronaldo

Com frisson em Presidente Prudente pela presença do Fenômeno, clube se desdobra para blindá-lo e levá-lo ao estádio

Cartolas põem equipe para treinar no dia do jogo, o que não é comum, reforçam a segurança no hotel e tentam transportar ídolo na surdina


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Ajudado por Escudero, Ronaldo faz exercício no estádio Eduardo Farah, em Presidente Prudente

PAULO GALDIERI
ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE PRUDENTE

Desde que embarcou no avião em São Paulo rumo a Presidente Prudente, Ronaldo tentou ser o integrante da delegação do Corinthians mais "normal" possível. Viajou junto com o time, participou das brincadeiras no voo para o interior, dividiu o quarto no hotel com André Santos. Mas o próprio clube encarregou-se de lhe dar tratamento especial.
O mais ilustre torcedor do Corinthians em Presidente Prudente quase não foi ao jogo (2 a 0 no Noroeste). Ronaldo, que não estreou ontem por ainda estar fora da forma ideal, só chegou ao estádio Eduardo José Farah, o Prudentão, graças a uma operação especial montada especialmente pelo clube para evitar assédio ao atacante até que ele chegasse às tribunas destinadas aos VIPs.
Uma reunião entre a cúpula corintiana, convocada às pressas na tarde de ontem, definiu que, se fosse para Ronaldo ir ao jogo, seria fora dos padrões. Membros da comissão técnica se posicionaram contra a ida do jogador à arena da cidade que dista 565 km de São Paulo.
Entretanto, funcionários da Prefeitura de Presidente Prudente, ao serem avisados da possibilidade da ausência do atacante, deixaram claro a insatisfação que a administração da cidade teria com o fato.
Enquanto o elenco corintiano escalado para a partida rumou junto com a comissão técnica para o estádio, Ronaldo, 32, ficou no hotel, à espera de transporte especial.
O diretor Antônio Carlos tentava camuflar a operação. Chegou a dizer em entrevistas a rádios locais que Ronaldo não iria para o campo ver o jogo.
Mas uma van que estava a serviço da organização do jogo foi solicitada pelo Corinthians para que buscasse o Fenômeno e o levasse até ao campo.
Enquanto o ônibus corintiano desembarcava os atletas no Prudentão às 17h30, o atacante ainda estava no hotel. A van só deixou o QG corintiano por volta das 18h30, levando Ronaldo, Chicão, Alessandro e Escudero.
A chegada do jogador ao estádio foi cinematográfica. A van chegou por volta das 19h a um dos portões, mas Ronaldo e a comitiva corintiana ficaram à espera do prefeito de Presidente Prudente, Milton Mello (PTB), e da escolta de PMs.
Avisado da presença de Ronaldo, o prefeito deu toda a volta no Prudentão para recepcionar pessoalmente o astro, que só se acomodou efetivamente na tribuna de honra quase na hora da partida, às 19h24.
Isso após desembarcar, junto com os demais membros da comitiva, incrementada com o presidente Andres Sanchez e Antônio Carlos, na rua, perto de uma entrada da torcida, causando o primeiro frisson nos fãs. O segundo momento de delírio provocado por Ronaldo nos corintianos foi logo depois, quando apareceu na tribuna e pôde ser visto através do vidro.
A aparição do maior artilheiro das Copas do Mundo fez os torcedores deixarem o Hino Nacional, que era executado naquele momento, para aplaudir e gritar pelo ídolo.
A odisseia para levar Ronaldo ao estádio foi apenas um capítulo da primeira viagem dele com o Corinthians. Pela manhã, um treino incomum, em dia de jogo, foi marcado para que o atleta, junto com outros jogadores não relacionados para o confronto da noite, se exercitasse. À tarde, nova sessão de treinos, dessa vez numa academia particular da cidade.
No hotel, um esquema de segurança foi colocado em prática para isolar os atletas do restante dos hóspedes -muitos eram moradores da cidade, que ficaram no hotel só para ficar perto dos corintianos. Em vão.


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