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Vasco se espelha no Corinthians e adota empresário
Como na campanha corintiana na Série B, agente Carlos Leite empresta dinheiro e põe seus atletas no clube carioca
Diretoria do clube paulista dá conselhos aos vascaínos sobre estratégia para voltar à elite do Brasileiro e sobre como satisfazer organizadas
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2007, Alberto Dualib renunciou à presidência após 14
anos no comando corintiano.
Na sequência, o clube caiu à Série B. Em 2008, Eurico Miranda deixou de ser o homem forte
do Vasco depois de 20 anos. Em
seguida, o time carioca foi rebaixado no Brasileiro.
Com tragédias similares,
Vasco e Corinthians foram beber na mesma fonte para se
reerguer. Falidos por dívidas,
buscaram recursos de terceiros
para montar seus times. Em
ambos os casos, apresentou-se
o agente Carlos Leite.
Turbinado por negociações
de atletas à Europa, fez empréstimos, negociou contratações, acertou a chegada de técnicos e cartola e, claro, levou
seus jogadores aos clubes.
No Corinthians, foram R$
600 mil de empréstimo para
comprar direitos sobre Eduardo Ramos e Wellington Saci,
dois de seus jogadores. No total,
Leite representa quatro atletas
no atual elenco (André Santos,
Souza, Cristian e Saci), além do
técnico Mano Menezes.
No Vasco, o agente também
emprestou dinheiro. Há seis jogadores representados por ele
-Mateus, Souza, Tite, Ramon,
Carlos Alberto e Léo Lima.
Esse número pode subir para
nove atletas: Enrico, Fagner e
Rodrigo Pimpão também chegaram a São Januário pelas
suas mãos e podem ser representados por ele no futuro. Leite adianta dinheiro para a compra de direitos e fica com percentual sobre o jogador se o
clube não quitar a dívida.
Além disso, o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, chegou
com o seu auxílio ao clube.
"Não sou empresário que trabalha só com o Vasco ou só com
o Corinthians. No total, tenho
cerca de 40 jogadores. Estou
ajudando agora o Vasco como
ajudei o Corinthians. Tem algo
especial porque torço para o
Vasco", afirmou Leite.
Com convivência com o
agente, o vice-presidente de futebol do Vasco, José Hamilton
Mandarino, disse ter recorrido
a ele pela inexperiência da diretoria no mercado do futebol.
"Ele desempenhou o papel
de investidor. São caminhos
tortuosos para se chegar ao
atleta. Precisávamos compor
quase todas as posições do time. Tínhamos dificuldade",
contou o cartola vascaíno.
A diretoria vascaína confirma ter recebido empréstimo do
agente, sem revelar o valor. Leite diz que os recursos são de um
fundo de investidores.
Wagner Ribeiro e Traffic
também ajudaram o clube, disse a diretoria. Ambos têm atletas em série no Corinthians.
As semelhanças não são
coincidências. Ao cair para a
Série B, o presidente do Vasco,
Roberto Dinamite, passou a pedir conselhos ao mandatário
corintiano, Andres Sanchez.
Já ouviu do dirigente paulista que tem de ficar bem com as
organizadas, que têm prioridade nos bilhetes no clube. No
Vasco, esses torcedores pagam
meia-entrada. Andres ainda recomendou usar o Estadual para
treinar o time para a Série B.
Agora, os vascaínos querem
marcar reunião para ouvir experiências da Segundona. Querem saber o que enfrentarão
em campo e como negociar os
contratos de TV. Novatos, seguem a cartilha dos veteranos.
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