São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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Palmeiras trintão e Corinthians garoto sofrem de "dor de clássico"

Arqui-rivais, que hoje se enfrentam no Morumbi, ainda não venceram jogos contra clubes grandes nos duelos nesta temporada pelo Paulista

DA REPORTAGEM LOCAL

Não importa se é baseado na experiência de trintões, feito o Palmeiras, ou no vigor de jovens, como o Corinthians. Os rivais mais tradicionais do Estado entram em campo hoje para tentar pôr fim à síndrome de tropeços em clássicos que os acometeu nesta temporada.
O jogo das 16h, no Morumbi, será a última chance neste Estadual de obterem um triunfo nos jogos contra os grandes rivais neste Paulista, já que ambos foram derrotados por Santos e São Paulo.
As coincidências, porém, não param por aí. Palmeirenses e corintianos, mesmo separados por décadas de rivalidade, têm sofrido de um mesmo mal: turbulentas semanas após as derrotas nos clássicos estaduais.
No Corinthians, as seqüelas do último tombo num clássico ainda são evidentes. A equipe entra na sua terceira semana sem um técnico definitivo, após Antônio Lopes ter pedido demissão ainda nos vestiários do Morumbi depois da derrota para o São Paulo.
"Aqui não tem maré mansa, só maremoto. O Corinthians joga sempre na pressão. Faz até bem para nós jogarmos na pressão", declarou Ademar Braga, técnico interino do Corinthians.
No Palmeiras, nas duas vezes em que deixou o campo derrotado por um dos grandes rivais, o elenco entrou numa espécie de depressão, que resultou em períodos de tropeços nos jogos seguintes e em críticas internas de conselheiros que cobram vitórias expressivas nos clássicos.
Para tentar diminuir o que classifica de "fumaça" da imprensa, Leão implantou o sistema de "entrevista confessionário", na qual atende um repórter por vez, logo após ter tropeçado contra o São Paulo. Contra o Santos, o destempero aconteceu em forma de reclamações contra a arbitragem.
Mas a vitória, para os palmeirenses, vale bem mais que simplesmente abater seu arquiinimigo e voltar a se gabar de um triunfo contra um grande do Estado.
Significa continuar na luta pelo título do Paulista -torneio que não conquista há dez anos.
Apesar disso, Leão procura tirar de seus comandados o peso da obrigação de um triunfo, afastando qualquer comparação do embate desta tarde com uma decisão de campeonato.
"Só será a final se nós perdermos, pois daí as chances serão pequenas para continuarmos lutando pelo título", afirma o treinador.
Já uma vitória corintiana teria única e exclusivamente o sabor de derrubar seu maior rival e deixá-lo fora do caminho do troféu, já que, com remotas chances de ganhar o Estadual, a equipe encara as quatro rodadas restantes como treinamento para a seqüência da Taça Libertadores da América -prioridade da parceira MSI.
No entanto, a velha rivalidade com o Palmeiras fez com que torcedores fossem ao hotel da delegação corintiana em Águas de Lindóia para cobrar uma vitória.
"Todos sabem da rivalidade. Mal acabou o jogo em que vencemos o Tigres, no Pacaembu [pela Libertadores], e os torcedores já falavam que precisávamos ganhar do Palmeiras", confirmou o meia Ricardinho, escalado para o jogo.
Com 29 anos, o meia é ironicamente um dos mais experientes do elenco alvinegro, que, dentre os quatro grandes paulistas, é o mais jovem, com média de idade de 22,5, contra 27,5 do Palmeiras, o mais velho entre os maiores clubes de SP e que tem nove atletas com mais de 30 anos. (KLEBER TOMAZ E PAULO GALDIERI)


NA TV - Globo (para SP) e Record, ao vivo, às 16h


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