São Paulo, quinta-feira, 26 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Com incógnitas, F-1 abre 60º Mundial

Pacote radical de alterações aerodinâmicas e tecnológicas faz categoria desconhecer quais são as equipes favoritas

Brawn, que fez sucesso na pré-temporada, e McLaren, que não brilhou e enfrentou problemas no carro, são as equipes que mais intrigam


Oliver Multhaup/Efe
SOCIAL
Lewis Hamilton, atual campeão da F-1, com seu companheiro de McLaren, Heikki Kovalainen, cumprimenta paciente em visita à unidade de queimados de um hospital em Melbourne. Neste ano, a Austrália viveu os piores incêndios florestais de sua história


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

Exatos 145 dias depois do encerramento de uma das mais emocionantes temporadas de sua história, uma F-1 bastante diferente abre nesta noite, em Melbourne, seu 60º Mundial.
Uma F-1 desconhecida, como poucas vezes se viu, mas que já nos primeiros treinos livres para o GP da Austrália, a partir das 22h30 (de Brasília), deve começar a responder a uma série de perguntas que surgiram durante este hiato.
Com o pacote radical de mudanças aerodinâmicas e tecnológicas introduzido neste ano, a primeira dúvida é saber se a ordem de forças na categoria ainda permanecerá a mesma.
Um dos principais objetivos da FIA ao formular o regulamento era justamente deixar a F-1 mais disputada e proporcionar mais espetáculo aos torcedores; em outras palavras, promover uma maior quantidade de ultrapassagens.
Além de os carros terem menos pressão aerodinâmica em 2009, outra novidade importante será o uso do Kers, um sistema que armazena a energia das freadas e a disponibiliza como potência para o motor.
"Acho que as novas regras estão aí para deixar o campeonato ainda mais competitivo", disse o ferrarista Felipe Massa, vice-campeão em 2008. "O regulamento pode fazer algumas surpresas, times que não foram bem no ano passado agora serem competitivos."
E, levando-se em conta o que se viu na pré-temporada, essa possibilidade realmente existe. Equipes como Toyota e Wil- liams, por exemplo, deram indícios de que podem começar o campeonato mais aguerridas.
As maiores incógnitas são a Brawn GP e a McLaren.
A primeira, ex-Honda, causou espanto ao andar cerca de um segundo mais rápido do que as concorrentes só uma semana depois de ter sua participação no Mundial confirmada.
A segunda sofre do problema inverso. Após um ano em que, ao lado da Ferrari, sempre esteve um passo à frente, sofreu na pré-temporada com uma performance sem brilho e problemas no carro.
"Talvez não cheguemos à Austrália com as mesmas perspectivas de estar na frente como em 2007 e 2008, mas o time inteiro está trabalhando bastante para nos devolver à ponta", falou Lewis Hamilton, o atual campeão da F-1, quase que se desculpando por um eventual fiasco na abertura.
Mas as maiores dúvidas que a temporada traz estão longe das pistas e dos olhos dos torcedores. Pelo menos por enquanto.
A disputa entre os times e a FIA, que causou uma saia justa a menos de uma semana da abertura da temporada, promete novos embates em 2009.
Fortalecidas após a criação da Fota, a associação das equipes da F-1, as escuderias bateram o pé e fizeram a FIA voltar atrás em sua decisão de mudar o sistema de pontuação -a entidade queria o campeão definido pelo número de vitórias.
No meio da celeuma causada pela inovação, conseguiu passar sua ideia de um teto orçamentário a partir de 2010. Medida que certamente ainda causará muitas polêmicas.
Para completar esse cenário desconhecido, a F-1 terá de encontrar uma maneira de sobreviver à crise econômica mundial. A categoria tem cortado custos ano a ano, mas, após perder patrocinadores e uma marca como a Honda, um de seus maiores desafios na temporada que começa hoje será manter-se viável. Em todos os níveis.


NA TV - Treinos do GP da Austrália
Sportv, ao vivo, às 22h30 e às 2h30



Texto Anterior: Juca Kfouri: Orlando Lero
Próximo Texto: Horário: GP se adapta aos europeus
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.