São Paulo, quinta-feira, 26 de março de 2009

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Líder em regata, Torben já mira star

Aos 48 anos e nº 1 em volta ao mundo, velejador diz que, com Marcelo Ferreira, quer disputar Mundiais

GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao deixar para trás o oceano Pacífico e alcançar o bem mais familiar Atlântico, o velejador Torben Grael, 48, começou uma contagem regressiva.
A expectativa de aportar no Brasil ganhou espaço no barco do comandante brasileiro, que, há dois anos, anunciou que abriria mão da busca pelo sexto pódio olímpico para tentar feito inédito para sul-americanos.
À Folha, por e-mail, Torben, que desembarca hoje no Rio, contou que a escolha em 2007 também foi motivada pela falta de patrocinador que ele, mesmo sendo o maior medalhista olímpico brasileiro (faturou dois ouros, dois bronzes e uma prata), enfrentou naquele ano.
E lá, na calmaria de um Atlântico sem vento, com o qual se deparou após a passagem pelo temido cabo Horn, revelou que já pensa na volta à star, classe que o consagrou.
"Embora o meu foco hoje esteja 100% aqui, é inevitável às vezes pensar, quando tenho um tempinho, no que fazer após esta Volvo Ocean Race. Sempre converso muito com o Marcelo [Ferreira], e a nossa intenção é correr o Mundial de star de 2009, na Suécia, e o de 2010, que será no Rio", contou.
A volta à vela olímpica, desta vez, será algo mais planejado, diferentemente da tentativa que fez dois anos atrás.
"Recém-saído da minha terceira participação na America's Cup, restavam seis meses para a eliminatória olímpica e um ano para os Jogos. Estava sem patrocinadores e, após grande ciclo de excelentes resultados, participar assim seria possível, mas com chances limitadas."
"Então veio o convite da Ericsson [patrocinadora do barco], que foi muito interessante, e fazer a volta ao mundo nas condições que eles proporcionavam era uma oportunidade única. Aceitei o desafio."
Após navegar 27,7 mil milhas (cerca de 50 mil km) desse desafio, Torben chega ao Brasil como líder geral da regata, que conta com oito equipes.
"Independentemente do resultado que obtivermos ao término da prova, continuo acreditando que fiz a escolha certa naquele momento", disse.
A distância que o separa da volta ao foco na classe star é de cerca de 10 mil milhas (equivalente a 43 viagens rodoviárias entre São Paulo e Rio).
E a chegada a São Petersburgo, o destino final da regata de volta ao mundo, abrirá chance para outro reencontro que dará o que falar na mundo da vela.
O irmão de Torben, Lars, também visa os Mundiais de star. Neste ano, passou a integrar, pela primeira vez após o acidente que lhe tirou a perna esquerda, a equipe permanente de vela olímpica brasileira. E sua meta é chegar à Olimpíada de 2012 -ele já faturou dois bronzes, na classe tornado.


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