São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

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Para pilotos, F-1 não deve combater já o marasmo

"Quando houve muitas ultrapassagens?", questiona o heptacampeão Schumacher

Fato raro na categoria, discurso dos esportistas vai na contramão do dos donos de equipe, que já sugeriram mudanças por mais emoção

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

Calma e paciência. Essas foram as palavras mais usadas pelos pilotos no paddock australiano, ontem, para rebater as críticas sobre a monotonia do GP que abriu o Mundial da F-1, há duas semanas, no Bahrein.
Coisa rara na categoria, dos mais experientes aos iniciantes, os competidores foram na contramão das críticas dos dirigentes, que não perderam tempo ao sugerir mudanças para dar mais emoção às provas.
Nada de pit stops obrigatórios ou tipos diferentes de pneus. Pelo menos por agora, os pilotos minimizaram o problema. E, apesar de uma vitória sem graça de Sebastian Vettel só ter sido evitada por causa de um problema em seu carro, ninguém acredita que a história se repetirá em Melbourne, onde na próxima madrugada acontece a definição do grid para a segunda etapa do Mundial.
"Precisamos esperar mais algumas corridas para ver se há necessidade de mudar algo", disse Fernando Alonso, que herdou o triunfo de Vettel. "Essa história de mudar os pneus ou fazer paradas compulsórias é ridícula. A F-1 é o máximo em tecnologia e precisão e não é assim que solucionaremos tudo."
Nem todos são tão radicais. Estreante na categoria, Lucas di Grassi tem outra opinião. "O problema é que se criou expectativa muito alta para este ano, mas a F-1 sempre foi assim", disse o brasileiro, que projetou uma pista de kart em 2009.
"Sou a favor de criar alternativas, como fazer novos circuitos ou reformar os que já existem. Hoje, a tendência é que os carros mais rápidos abram vantagem e um carro mais lento não consiga ultrapassar."
Robert Kubica faz coro com o piloto da Virgin. "Sempre foi difícil passar na F-1, e não acho que as coisas tenham mudado de alguns anos para cá. Não entendo por que as pessoas estão tão surpresas com isso agora."
Mesma visão dos pilotos da nova geração tem Michael Schumacher, maior vencedor da história da F-1: "Se você olhar para trás, quando foi que houve muitas ultrapassagens? Temos que trabalhar com as circunstâncias apresentadas".
A reclamação dos dirigentes é que, sem o reabastecimento, os carros largam pesados e ficam mais difíceis de ser controlados. Além de reduzir a variação de estratégias -ficam quase restritas à troca de pneus.
Para Rubens Barrichello, paliativos podem ser encontrados, mas uma solução radical não pode ser tomada. "Os carros foram projetados com um tanque enorme e seria um gasto muito grande mudar isso."
TV - Treino oficial do GP da Austrália Globo, ao vivo, às 3h de amanhã

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