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Para pilotos, F-1 não deve combater já o marasmo
"Quando houve muitas ultrapassagens?", questiona o heptacampeão Schumacher
Fato raro na categoria, discurso dos esportistas vai
na contramão do dos donos de equipe, que já sugeriram
mudanças por mais emoção
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE
Calma e paciência. Essas foram as palavras mais usadas
pelos pilotos no paddock australiano, ontem, para rebater as
críticas sobre a monotonia do
GP que abriu o Mundial da F-1,
há duas semanas, no Bahrein.
Coisa rara na categoria, dos
mais experientes aos iniciantes, os competidores foram na
contramão das críticas dos dirigentes, que não perderam tempo ao sugerir mudanças para
dar mais emoção às provas.
Nada de pit stops obrigatórios ou tipos diferentes de
pneus. Pelo menos por agora,
os pilotos minimizaram o problema. E, apesar de uma vitória
sem graça de Sebastian Vettel
só ter sido evitada por causa de
um problema em seu carro,
ninguém acredita que a história se repetirá em Melbourne,
onde na próxima madrugada
acontece a definição do grid para a segunda etapa do Mundial.
"Precisamos esperar mais algumas corridas para ver se há
necessidade de mudar algo",
disse Fernando Alonso, que
herdou o triunfo de Vettel. "Essa história de mudar os pneus
ou fazer paradas compulsórias
é ridícula. A F-1 é o máximo em
tecnologia e precisão e não é assim que solucionaremos tudo."
Nem todos são tão radicais.
Estreante na categoria, Lucas
di Grassi tem outra opinião. "O
problema é que se criou expectativa muito alta para este ano,
mas a F-1 sempre foi assim",
disse o brasileiro, que projetou
uma pista de kart em 2009.
"Sou a favor de criar alternativas, como fazer novos circuitos ou reformar os que já existem. Hoje, a tendência é que os
carros mais rápidos abram vantagem e um carro mais lento
não consiga ultrapassar."
Robert Kubica faz coro com o
piloto da Virgin. "Sempre foi difícil passar na F-1, e não acho
que as coisas tenham mudado
de alguns anos para cá. Não entendo por que as pessoas estão
tão surpresas com isso agora."
Mesma visão dos pilotos da
nova geração tem Michael
Schumacher, maior vencedor
da história da F-1: "Se você
olhar para trás, quando foi que
houve muitas ultrapassagens?
Temos que trabalhar com as
circunstâncias apresentadas".
A reclamação dos dirigentes
é que, sem o reabastecimento,
os carros largam pesados e ficam mais difíceis de ser controlados. Além de reduzir a variação de estratégias -ficam quase restritas à troca de pneus.
Para Rubens Barrichello, paliativos podem ser encontrados, mas uma solução radical
não pode ser tomada. "Os carros foram projetados com um
tanque enorme e seria um gasto muito grande mudar isso."
TV - Treino oficial do GP da Austrália
Globo, ao vivo, às 3h de amanhã
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