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VÔLEI
A decisão
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Os nervos ferveram no terceiro jogo, da série de cinco,
das finais da Superliga. Até os técnicos José Roberto Guimarães, do
Osasco, e Chico dos Santos, do
Minas, trocaram farpas. Na quadra, o time paulista chegou à segunda vitória e pode conquistar o
bicampeonato se ganhar novamente na quarta-feira.
A vitória foi por 3 sets a 0 e nas
três parciais a diferença no placar
foi apenas de dois pontos: 25/23,
27/25 e 28/26. Vale a velha frase: o
jogo foi equilibrado e decidido
nos detalhes. A grande diferença é
que o Osasco mostrou mais frieza
e cometeu menos erros nos momentos decisivos.
Na quarta-feira, o Minas terá a
vantagem de jogar em casa. Terá
o apoio da torcida e a pressão de
precisar vencer. A maior qualidade do time mineiro é a força de
seu ataque. Já o Osasco, de Fernanda Venturini, é um time que
erra pouco e, mais tranqüilo, pode tirar vantagem disso e chegar
ao título.
Na seleção masculina, o clima é
de bye, bye, Brasil. Dos 12 jogadores do time campeão da última
Liga Mundial, 7 jogam no exterior: Maurício, Giba, Dante, Nalbert, Gustavo, Rodrigão e Anderson. A lista vai aumentar: Escadinha já acertou com o Parma, e o
levantador Ricardinho também
deve ir para a Itália.
Para o vôlei brasileiro, ficar sem
as suas estrelas no principal campeonato nacional não é uma boa
notícia. O torneio perde o brilho e
a qualidade técnica. Na última
Superliga, por exemplo, o principal destaque foi um argentino:
Marcos Milincovic, da Unisul, um
dos poucos estrangeiros inscritos
na competição.
Está certo também que o time
que reuniu o maior número de jogadores da seleção no país na última temporada fracassou. O Minas tinha Ricardinho, Giovane,
André Nascimento e Henrique.
No papel, era o favorito. Era. Acabou eliminado nas semifinais.
Perdeu os três jogos da Unisul.
Ou seja: desta vez, a fórmula de
reunir as estrelas em uma equipe
não deu certo. Um dos motivos
deve ter sido o desgaste físico: são
atletas que têm menos folgas ao
longo do ano por se dividirem entre clubes e seleção. Mas seja lá
qual o motivo, a última temporada de clubes não foi boa para a
turma da seleção.
Dos sete jogadores que atuaram
no exterior, nenhum deles conseguiu disputar uma decisão de título nacional. No Campeonato
Italiano, quem chegou mais longe
foi o time do Macerata, que está
desfalcado do atacante Nalbert e
caiu nas semifinais diante do Sisley Treviso.
Na última semana, o levantador Ricardinho citou até uma frase do central Gustavo para explicar os bons resultados dos jogadores na seleção e a má temporada
nos clubes: "Juntos, na seleção, somos uma potência total. Quando
nos separamos, parece que a força
se perde".
Resta torcer para que eles continuem sendo essa potência na seleção, embora a atuação deles nos
clubes tenha preocupado também
a comissão técnica. Em ano olímpico, não se deve vacilar. E o Brasil, que pode ficar sem Nalbert em
Atenas, terá grandes adversários
como Itália, Sérvia e Rússia.
Italiano
O Bolzano, de Marcelo Negrão, e o Valentia, de Axé e William Kirchein, disputam a fase decisiva da série A-2 do Italiano. O Bolzano joga com o Loreto, e o Valentia tem pela frente o Cagliari. Os vencedores vão disputar uma vaga de acesso à série principal e decidir quem
enfrentará na final o invicto Verona, com 30 vitórias.
Dica
O técnico Cacá Bizzocchi, auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção brasileira, vai lançar hoje, às 19h, o livro "Voleibol de alto nível:
da iniciação à competição". Quem gosta de vôlei, vai conhecer melhor a história desse esporte e encontrará informações sobre técnica,
tática e preparação física. O lançamento será na FNAC de Pinheiros,
na avenida Pedroso de Morais, 858, em São Paulo.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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