São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2004

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VÔLEI

A decisão

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Os nervos ferveram no terceiro jogo, da série de cinco, das finais da Superliga. Até os técnicos José Roberto Guimarães, do Osasco, e Chico dos Santos, do Minas, trocaram farpas. Na quadra, o time paulista chegou à segunda vitória e pode conquistar o bicampeonato se ganhar novamente na quarta-feira.
A vitória foi por 3 sets a 0 e nas três parciais a diferença no placar foi apenas de dois pontos: 25/23, 27/25 e 28/26. Vale a velha frase: o jogo foi equilibrado e decidido nos detalhes. A grande diferença é que o Osasco mostrou mais frieza e cometeu menos erros nos momentos decisivos.
Na quarta-feira, o Minas terá a vantagem de jogar em casa. Terá o apoio da torcida e a pressão de precisar vencer. A maior qualidade do time mineiro é a força de seu ataque. Já o Osasco, de Fernanda Venturini, é um time que erra pouco e, mais tranqüilo, pode tirar vantagem disso e chegar ao título.
Na seleção masculina, o clima é de bye, bye, Brasil. Dos 12 jogadores do time campeão da última Liga Mundial, 7 jogam no exterior: Maurício, Giba, Dante, Nalbert, Gustavo, Rodrigão e Anderson. A lista vai aumentar: Escadinha já acertou com o Parma, e o levantador Ricardinho também deve ir para a Itália.
Para o vôlei brasileiro, ficar sem as suas estrelas no principal campeonato nacional não é uma boa notícia. O torneio perde o brilho e a qualidade técnica. Na última Superliga, por exemplo, o principal destaque foi um argentino: Marcos Milincovic, da Unisul, um dos poucos estrangeiros inscritos na competição.
Está certo também que o time que reuniu o maior número de jogadores da seleção no país na última temporada fracassou. O Minas tinha Ricardinho, Giovane, André Nascimento e Henrique. No papel, era o favorito. Era. Acabou eliminado nas semifinais. Perdeu os três jogos da Unisul.
Ou seja: desta vez, a fórmula de reunir as estrelas em uma equipe não deu certo. Um dos motivos deve ter sido o desgaste físico: são atletas que têm menos folgas ao longo do ano por se dividirem entre clubes e seleção. Mas seja lá qual o motivo, a última temporada de clubes não foi boa para a turma da seleção.
Dos sete jogadores que atuaram no exterior, nenhum deles conseguiu disputar uma decisão de título nacional. No Campeonato Italiano, quem chegou mais longe foi o time do Macerata, que está desfalcado do atacante Nalbert e caiu nas semifinais diante do Sisley Treviso.
Na última semana, o levantador Ricardinho citou até uma frase do central Gustavo para explicar os bons resultados dos jogadores na seleção e a má temporada nos clubes: "Juntos, na seleção, somos uma potência total. Quando nos separamos, parece que a força se perde".
Resta torcer para que eles continuem sendo essa potência na seleção, embora a atuação deles nos clubes tenha preocupado também a comissão técnica. Em ano olímpico, não se deve vacilar. E o Brasil, que pode ficar sem Nalbert em Atenas, terá grandes adversários como Itália, Sérvia e Rússia.

Italiano
O Bolzano, de Marcelo Negrão, e o Valentia, de Axé e William Kirchein, disputam a fase decisiva da série A-2 do Italiano. O Bolzano joga com o Loreto, e o Valentia tem pela frente o Cagliari. Os vencedores vão disputar uma vaga de acesso à série principal e decidir quem enfrentará na final o invicto Verona, com 30 vitórias.

Dica
O técnico Cacá Bizzocchi, auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção brasileira, vai lançar hoje, às 19h, o livro "Voleibol de alto nível: da iniciação à competição". Quem gosta de vôlei, vai conhecer melhor a história desse esporte e encontrará informações sobre técnica, tática e preparação física. O lançamento será na FNAC de Pinheiros, na avenida Pedroso de Morais, 858, em São Paulo.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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