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FUTEBOL
Nas oitavas da Libertadores-06, atacante lidera Corinthians contra o River, inimigo do Boca, seu time de coração
Tevez desafia a Argentina que não o quer
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
A principal arma do Corinthians para vencer a Libertadores
estará diante de uma Argentina
que não o quer bem. Carlitos Tevez está em casa, mas no Monumental de Nuñez, hoje, às 21h45,
quando o time começa a decidir
uma vaga nas quartas-de-final da
Taça Libertadores, ele vai se deparar com seu pior inimigo.
Amado pela maior torcida do
país, a do Boca Juniors, Tevez
quase sempre se viu em maus lençóis quando teve o River Plate, a
quem já disse odiar, pela frente.
O maior ídolo corintiano faz hoje seu confronto mais importante
pelo clube do Parque São Jorge
sob a sombra de alguns dos piores
momentos de sua carreira.
Contra os "milionários", o atacante, envergando a camisa do
Boca, tem um histórico pequeno,
de apenas cinco embates, mas de
todos eles guarda alguma recordação negativa.
Até quando venceu, pelas semifinais da Libertadores-2004, Tevez se deu mal. Ao marcar seu
único gol contra o River, foi expulso por imitar uma galinha,
apelido pejorativo do adversário.
Dias depois, teve de pedir desculpas aos torcedores rivais.
Nos outros quatro duelos, o atacante foi expulso mais uma vez,
sofreu uma grave contusão e sempre passou em branco.
Já pelo Corinthians, ele voltou
ao Monumental no ano passado,
pelas oitavas-de-final da Copa
Sul-Americana. Teve atuação discreta, foi marcado implacavelmente e vaiado o tempo todo.
Mas o clube brasileiro, com um
gol nos acréscimos, eliminou o
oponente com um 1 a 1.
Agora, o atacante tenta liderar o
Corinthians em uma vingança
que o clube aguarda há três anos,
desde que o River tirou os brasileiros do torneio continental,
também nas oitavas. Para isso,
tem o apoio e a simpatia da maioria dos torcedores argentinos.
Em pesquisa on-line feita pelo
jornal "La Nación", da qual participaram 26,3 mil internautas, Tevez foi o segundo mais votado para estar na seleção: 25,6 mil votos,
contra 26,1 mil de Lionel Messi,
atacante do Barcelona.
Até o técnico Daniel Passarella,
do River, fez lobby para que Tevez
fosse convocado pelo treinador
Jose Pekermann. "O Tevez é um
grande jogador e uma figura extraordinária. Ele sempre esteve a
meu lado quando estive no Corinthians", lembrou Passarella.
"Nascido em Forte Apache.
Amado em todas as partes", diz
outdoor de uma das patrocinadoras de Tevez, que estampa foto gigantesca do atleta em uma das
principais ruas de Buenos Aires.
O atacante fez questão de dizer
que o jogo de hoje é também um
duelo pessoal e do Boca. Questionado se gostaria de ser carrasco e
tirar o River da Libertadores, respondeu: "Tomara. Mas primeiro
temos que jogar. E respeitar o time do River, que merece".
A diplomacia, porém, tem limite. Portanto: "Deixar o River fora
seria lindo", provoca.
Mas é como se fosse um Boca x
River? "Sou torcedor do Boca e
me sinto assim, mas sei que estou
defendendo outra camiseta. A do
Boca está sempre no meu coração", disse Tevez, que fez crescer
na capital argentina a procura por
camisas do Corinthians.
Para contrabalançar o furor do
River contra ele, o corintiano declarou esperar apoio da torcida do
Boca. "Com o Boca sem jogar a
Libertadores, todo mundo quer
que o River fique fora. Eu, como
primeiro torcedor, farei o possível
para que aconteça."
Tevez contou que vários amigos
pediram entradas para a partida,
mas, como é visitante, não ganhou. "Vão ter que comprá-las."
NA TV - Globo (para SP) e
Sportv 2 (menos SP), ao vivo,
às 21h45
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