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"sem raça"
São Paulo só empata e encara Grêmio
No Morumbi, equipe repete erros do Paulista e é criticada pelos torcedores, mas garante classificação na Libertadores
São Paulo 2
Audax Italiano 2
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A previsão era de uma vitória
tranqüila e uma classificação
sem sustos. Mas, como no jogo
em que foi eliminado do Paulista pelo São Caetano com uma
goleada, o improvável mais
uma vez aconteceu. E por muito pouco não impôs ao torcedor
são-paulino a segunda derrota
em menos de uma semana.
Ontem, com o 2 a 2 diante do
Audax Italiano, o São Paulo
comprovou que está longe de
trilhar o caminho certo.
O time, que com uma vitória
teria a terceira melhor campanha da primeira fase da Libertadores, garantiu-se como segundo da chave. Pegará o Grêmio. Pior. O segundo jogo das
oitavas-de-final será no Sul.
Nas arquibancadas, a torcida
elegeu os culpados pela má
apresentação: Souza e Leandro.
No lugar do hino do clube, os
torcedores vaiaram e gritaram
"time sem raça." Irritado, o técnico Muricy Ramalho deixou o
gramado sem dar entrevistas.
O São Paulo entrou em campo disposto a fazer o adversário
pagar a conta da sua eliminação
inesperada do Paulista. E já no
início balançou a rede, em chute cruzado de Richarlyson.
A bela trama do gol são-paulino, iniciada por Hugo, e com
assistência do criticado Aloísio,
indicava que o time entrara para definir o jogo rapidamente.
E, na mesma proporção em
que as chances de ampliar o
placar surgiam, a má finalização enervava os atletas.
Por ironia, o principal alvo de
descontentamento da torcida
vinha sendo o destaque até então. Além do passe para o gol de
Richarlyson, Aloísio deixou os
companheiros em condição de
marcar duas vezes. Para completar, após belo drible, quase
marcou em chute por cima.
A fragilidade do Audax manteve o São Paulo no ataque no
segundo tempo. Mesmo precisando vencer para avançar, os
chilenos só se defendiam e não
ameaçavam o gol de Rogério.
Mas isso mudou. Após cruzamento da direita, Di Santo entrou em velocidade e completou de esquerda. A bola desviou
em Ilsinho antes de entrar: 1 a 1.
Como aconteceu contra o
São Caetano, o São Paulo acusou o golpe. Na seqüência, em
cobrança de falta, a bola raspou
o travessão, com Rogério batido. A reação dos donos da casa
foi parecida também com a do
seu último jogo. A afobação tomou conta dos jogadores, que
atacavam desordenadamente e
ofereciam espaço ao Audax.
O nó na garganta da torcida
só saiu quando Aloísio, o mais
dedicado em campo, quebrou o
seu jejum particular de gols.
Ele não balançava as redes
desde 28 de janeiro e, num cruzamento no primeiro pau, antecipou-se à zaga para marcar.
A torcida ainda comemorava
quando a defesa recolocou os
visitantes no jogo numa pane
geral. Após bate-rebate, Villanueva empatou o jogo e voltou
a calar o Morumbi. A partir daí,
foi um desespero só. O Audax
teve ainda duas chances de fazer o terceiro gol, e a torcida pedia raça e amor à camisa.
Nervoso à beira do campo,
Muricy chegou a comemorar
gol em cabeçada de Aloísio.
Mas a bola bateu na rede pelo
lado de fora. O São Paulo se fechou para garantir o empate e
levou o sofrimento até o final.
Mais preocupado em não sofrer o terceiro do que buscar a
vitória, Muricy colocou Jorge
Wagner no lugar de Hugo, aos
38min. E o São Paulo terminou
o jogo na defesa, vaiado.
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