São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fase ruim pressiona Hamilton

Após 7 pontos em média nos dez primeiros GPs da carreira, inglês viu aproveitamento cair para 5,3

Piloto da McLaren começa a ser questionado pela mídia de seu país, que sempre o protegeu, e diz que deve ser julgado pelo que fez em 2007

Lluis Gene/France Presse
O inglês Lewis Hamilton, da McLaren, atual vice-campeão da F-1 e que não faz uma boa temporada, deixa a área de pit stops em treino livre para o GP da Espanha

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BARCELONA

Nem bem a pista havia sido liberada para o primeiro treino livre em Montmeló e o McLaren de Lewis Hamilton já estava a postos. A cena, que se repetiu também na segunda sessão de ontem, foi emblemática.
Depois de sua pior apresentação na F-1 no Bahrein, há três semanas, quando completou 20 corridas na categoria com um nada honroso 13º lugar, o inglês chegou à Espanha ansioso para apagar a má impressão.
Hoje, às 9h, com a realização do treino que define o grid para o GP da Espanha, que acontece amanhã no mesmo horário, terá sua primeira oportunidade.
"Quero ganhar mais do que nunca", anunciou o vice-campeão mundial. "Não acho que esta corrida seja mais importante que as outras, mas com certeza seria sensacional se conseguisse um bom começo para o resto da temporada."
Mas não é só isso. Hamilton quer voltar ao patamar que estava na primeira metade de sua curta trajetória na principal categoria do automobilismo.
Em seus dez primeiros GPs, conseguiu nove pódios consecutivos, seqüência interrompida por um forte acidente na classificação para o GP da Europa, que o relegou ao décimo lugar no grid e prejudicou sua prova, àquela altura a primeira em que não conseguiu pontuar.
Desde então seu desempenho caiu. Dos 7 pontos que marcava em média na primeira metade da carreira, viu esse número diminuir para 5,3, graças a erros como os no GP da China, no ano passado, quando não completou a prova e deixou o título escapar, e no Brasil.
Neste ano, após a estréia na Austrália, quando largou na pole e venceu com facilidade, emendou dois maus resultados, na Malásia e no Bahrein.
Em Sepang, foi punido após a classificação e largou em nono. Em Sakhir, fez pior. Apertou botões errados na largada e caiu de terceiro no grid para nono. Acabou acertando duas vezes a traseira de seu ex-companheiro, Fernando Alonso.
"Na primeira semana depois daquela corrida, eu pensei muito em tudo o que tinha acontecido. Estava muito decepcionado, especialmente porque sabia que tinha um bom carro nas mãos e podia ter feito muito melhor", afirmou Hamilton.
Sinal da queda em seu desempenho, Hamilton já começa a ser questionado pela imprensa inglesa, sempre condescendente com seu piloto.
"A pressão agora é um pouco diferente, já que antes ninguém esperava nada de mim", explicou o piloto inglês, que voltou a ser um dos nomes mais requisitados do paddock. "Mas eu acho certo as pessoas me julgarem pelos padrões que estabeleci no ano passado porque também me julgo por eles."
A vontade de mostrar serviço no circuito catalão, pelo menos ontem, foi frustrada. Hamilton ficou em terceiro no treino da manhã e em 11º no vespertino.
"Tive problemas com o balanço do carro, ele estava saindo muito de traseira", falou o piloto da McLaren. "Tentamos várias coisas e nenhuma funcionou como queríamos. Amanhã [hoje] é o que conta, e estou ansioso para andar mais."


NA TV - Treino classificatório do GP da Espanha
Globo, ao vivo, às 9h


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.