São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

O volante tem de jogar

CUCA NÃO tem nada a ver com a decisão paulista, exceto o fato de que julgava Paulo Henrique Ganso um jogador comum, quando era técnico do Santos. Incomum, então, é seu passe para o gol de empate de André...
Erro de avaliação à parte, Cuca costuma fazer uma observação que tem tudo a ver com a primeira partida das finais: "Os volantes que sabem jogar decidem jogos, porque os meias não marcam".
O Santos renunciou ao terceiro atacante, porque se preocupava em marcar os dois meias do Santo André. Branquinho foi anulado por Arouca, mas Bruno César teve liberdade para jogar, porque a marcação de Wesley era distante. Quem brilhou no primeiro tempo e deu a ilusão de que o Santos sofreria na decisão estadual foi o volante Gil.
Aos 23 anos, sonho de consumo do Atlético-MG de Luxemburgo, Gil armava o time com arrancadas desde o campo de defesa, desacompanhado de Marquinhos e Ganso, os meias que deveriam segui-lo. A zebra do ABC tomava conta do jogo ainda com avanços de Cicinho e com o meia Bruno César, longe de Wesley.
Pois foi Wesley quem decidiu o segundo tempo. Quando saía para o jogo, Bruno César não o seguia. "Perdemos o jogo no contra-ataque", disse o goleiro Júlio Cesar. O primeiro resultou no passe de Robinho para Wesley marcar. O segundo, lançado por Pará, de novo encontrou Wesley desmarcado. O segundo volante santista não era seguido pelo meia do time do ABC.
Antes de o volante santista aparecer, o jogo se equilibrou por causa do vacilo na marcação de outro meia. Branquinho, do Santo André, deveria acompanhar os avanços de Léo, que subia tabelando com Marquinhos e anunciava, no início da segunda etapa, o gol de empate. Aos 30 segundos, passe de Léo para André e dele para Marquinhos finalizar. Aos 3min, Léo para André e novo chute de Marquinhos. Aos 5min, cruzamento de Léo e André chega atrasado. Aos 12min, Ganso abre para Léo, e dessa jogada nasce o escanteio, que, cobrado, resulta no passe milimétrico de Ganso para o empate.
Aos 20min, o técnico Sérgio Soares trocou Branquinho por Pio, com a evidente missão de fechar o apoio de Léo. Já era tarde demais.



SÓ TÁTICO
No início da segunda etapa, quando recebeu de Léo e tentou o drible sem êxito, a vontade era pedir a Dorival Jr. que desse uma bola só a Robinho. Tecnicamente, ele não foi bem, de novo. Será preciso trabalho físico para vê-lo bem na Copa. Ontem, Robinho valeu só pelo passe para o segundo gol do time.



3 ANOS DE MURICY
Não é difícil imaginar que Muricy Ramalho consiga um bom trabalho no Fluminense. Elenco para montar um time seguro na defesa e veloz no ataque ele tem. E tem Conca, com quem sonhou no São Paulo e no Palmeiras. O difícil é crer na diretoria, quando oferece três anos de contrato ao novo técnico.



VOLANTES DA COPA
Não é preciso lembrar que Felipe Melo só entrou na seleção brasileira porque tem mais facilidade para sair para o jogo do que Josué. Mais que isso ele não consegue fazer pela Juventus, na Itália. Isso não preocupa somente os torcedores. Em 2008, era consenso entre os jogadores que a saída de jogo precisava ser mais rápida do que era com os volantes Gilberto Silva e Josué. A questão agora é se a transição de Felipe Melo deixa seus colegas felizes.


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