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HIPISMO
Último a saltar, cavaleiro não podia derrubar nenhum obstáculo para se tornar bicampeão na Copa do Mundo
Rodrigo Pessoa atribui conquista à frieza
da Reportagem Local
O ginete brasileiro Rodrigo Pessoa creditou à sua frieza a conquista do bicampeonato na Copa do
Mundo de hipismo, obtido ontem,
em Gotemburgo, na Suécia.
Com boas atuações nos dois primeiros dias da competição, nos
quais não perderam nem sequer
um ponto, Rodrigo e seu cavalo
Baloubet du Rouet só não levariam
o título se derrubassem dois obstáculos nos dois percursos decisivos
que aconteceram ontem.
O principal rival era o irlandês
Trevor Coyle, 17º colocado no ranking mundial -Rodrigo é o terceiro-, que montava Cruising. Coyle
tinha perdido 4,5 pontos até então.
Ludger Beerbaum, da Alemanha,
com P.S. Priamos, e Lesley
McNaught, da Suíça, com Dulf,
com 5 pontos perdidos cada, também eram ameaças.
Por ser o mais bem classificado
até o momento, Rodrigo tinha a
vantagem de saltar por último, já
sabendo da performance e do resultado de seus rivais.
Os percursos traçados na Scandinavium Arena tinham obstáculos
de até 1,60 m de altura.
No primeiro percurso,
McNaught deu adeus a suas pretensões ao fazer três faltas -cada
obstáculo atingido pelo cavalo
causava a perda de 4 pontos.
Coyle, por sua vez, não cometeu
faltas, mas perdeu meio ponto por
ter completado o trajeto dois segundos acima do tempo estabelecido pelo regulamento.
Mesmo se não derrubar obstáculos, o competidor perde 0,25 ponto
para cada segundo acima do tempo previsto para o percurso.
Na sua vez, Rodrigo, cometeu
um erro, o que lhe causou a perda
de 4 pontos e a ameaça ao bicampeonato no evento.
No percurso final, o brasileiro tinha esses 4 pontos perdidos, contra 5 de Coyle e 5 de Beerbaum, que
"zerara" na primeira prova do dia.
Por fora, corria René Tebbel, da
Alemanha, com Radiator: 8 pontos
perdidos (acumulados na fase
classificatória) e um primeiro trajeto perfeito -sem faltas e dentro
do tempo- no dia decisivo.
Os alemães saltaram primeiro na
prova derradeira. Tebbel não errou, mas fechou o percurso com
um segundo de atraso, acumulando 8,25 pontos perdidos. Beerbaum não teve o mesmo sucesso
-com três faltas, somou 17 pontos
e distanciou-se dos líderes.
Então veio o irlandês Coyle: nenhum erro, dois segundos de atraso, total de 5,5 pontos perdidos.
Para ser campeão, Rodrigo não
poderia cometer nenhum erro e
completar a prova com, no máximo, cinco segundos de atraso.
"Quando fui o último a entrar na
pista, após a boa atuação do Coyle,
o público ficou totalmente em silêncio", contou Rodrigo, que procurava o máximo de concentração.
O brasileiro afirmou que sentiu
uma pressão muito grande. "Um
erro e eu perdia o título."
Com perícia, Rodrigo superou
sem faltas os 12 obstáculos e, além
disso, não perdeu pontos por excesso de tempo, ficando com os
mesmos 4 pontos perdidos.
"Felizmente, deu tudo certo. Não
só ganhei do Coyle como venci a
pressão de ser o último (a saltar).
De fato, atravesso uma fase espetacular em minha carreira."
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