São Paulo, Segunda-feira, 26 de Abril de 1999
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HIPISMO
Último a saltar, cavaleiro não podia derrubar nenhum obstáculo para se tornar bicampeão na Copa do Mundo
Rodrigo Pessoa atribui conquista à frieza

da Reportagem Local

O ginete brasileiro Rodrigo Pessoa creditou à sua frieza a conquista do bicampeonato na Copa do Mundo de hipismo, obtido ontem, em Gotemburgo, na Suécia.
Com boas atuações nos dois primeiros dias da competição, nos quais não perderam nem sequer um ponto, Rodrigo e seu cavalo Baloubet du Rouet só não levariam o título se derrubassem dois obstáculos nos dois percursos decisivos que aconteceram ontem.
O principal rival era o irlandês Trevor Coyle, 17º colocado no ranking mundial -Rodrigo é o terceiro-, que montava Cruising. Coyle tinha perdido 4,5 pontos até então.
Ludger Beerbaum, da Alemanha, com P.S. Priamos, e Lesley McNaught, da Suíça, com Dulf, com 5 pontos perdidos cada, também eram ameaças.
Por ser o mais bem classificado até o momento, Rodrigo tinha a vantagem de saltar por último, já sabendo da performance e do resultado de seus rivais.
Os percursos traçados na Scandinavium Arena tinham obstáculos de até 1,60 m de altura.
No primeiro percurso, McNaught deu adeus a suas pretensões ao fazer três faltas -cada obstáculo atingido pelo cavalo causava a perda de 4 pontos.
Coyle, por sua vez, não cometeu faltas, mas perdeu meio ponto por ter completado o trajeto dois segundos acima do tempo estabelecido pelo regulamento.
Mesmo se não derrubar obstáculos, o competidor perde 0,25 ponto para cada segundo acima do tempo previsto para o percurso.
Na sua vez, Rodrigo, cometeu um erro, o que lhe causou a perda de 4 pontos e a ameaça ao bicampeonato no evento.
No percurso final, o brasileiro tinha esses 4 pontos perdidos, contra 5 de Coyle e 5 de Beerbaum, que "zerara" na primeira prova do dia.
Por fora, corria René Tebbel, da Alemanha, com Radiator: 8 pontos perdidos (acumulados na fase classificatória) e um primeiro trajeto perfeito -sem faltas e dentro do tempo- no dia decisivo.
Os alemães saltaram primeiro na prova derradeira. Tebbel não errou, mas fechou o percurso com um segundo de atraso, acumulando 8,25 pontos perdidos. Beerbaum não teve o mesmo sucesso -com três faltas, somou 17 pontos e distanciou-se dos líderes.
Então veio o irlandês Coyle: nenhum erro, dois segundos de atraso, total de 5,5 pontos perdidos.
Para ser campeão, Rodrigo não poderia cometer nenhum erro e completar a prova com, no máximo, cinco segundos de atraso.
"Quando fui o último a entrar na pista, após a boa atuação do Coyle, o público ficou totalmente em silêncio", contou Rodrigo, que procurava o máximo de concentração. O brasileiro afirmou que sentiu uma pressão muito grande. "Um erro e eu perdia o título."
Com perícia, Rodrigo superou sem faltas os 12 obstáculos e, além disso, não perdeu pontos por excesso de tempo, ficando com os mesmos 4 pontos perdidos.
"Felizmente, deu tudo certo. Não só ganhei do Coyle como venci a pressão de ser o último (a saltar). De fato, atravesso uma fase espetacular em minha carreira."


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