São Paulo, Segunda-feira, 26 de Abril de 1999
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ATLETISMO
Sem recordes, GP Brasil apresenta índice técnico abaixo do esperado
Só um brasileiro conquista no Rio vaga para o Pan-99

CLÁUDIO MOTTA
free-lance para a Folha

De 39 atletas brasileiros que participaram ontem do Grand Prix Brasil de atletismo, no Rio, o saltador em distância Nelson Ferreira foi o único que conseguiu índice para os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, em julho, no Canadá. Outros três atletas brasileiros que disputaram a competição já haviam conseguido o índice em provas anteriores.
Ferreira ficou em segundo lugar na prova, com a marca de 8,20 m. O índice para o Pan era de 8,10 m. Ferreira obteve também o índice para o Campeonato Mundial de Atletismo, que acontecerá entre 21 e 29 de agosto, em Sevilha, na Espanha.
Os outros três brasileiros que já tinham conseguido a vaga para Winnipeg são Elizângela Adriano (arremesso de peso), Sanderlei Parrela (400 m) e Claudinei Quirino da Silva (200 m). O prazo para obtenção do índice termina em 27 de junho.
Primeira das 16 etapas do Circuito Mundial, o GP Brasil de 99 teve índice técnico abaixo do esperado. Nenhum recorde foi batido nas 15 provas válidas pelo Grand Prix. A próxima etapa será em Osaka, no Japão, no dia 9 de maio.

Velocista brasileiro
Entre os brasileiros, o destaque foi o velocista Claudinei Quirino da Silva. Especialista nos 200 m, ele venceu a prova com o tempo de 20s47, dois segundos a menos que o índice estabelecido para o Campeonato Mundial. Robson Caetano da Silva conseguiu apenas o quinto lugar, com 21s41.
Nos 100 m, Quirino foi o vencedor, com 10s29. Ele ficou à frente dos americanos Tonny McCall (10s55) e Rohsaan Griffin (10s58).
Além de Nelson Ferreira e Claudinei Quirino, outros três brasileiros subiram ontem ao pódio do estádio Célio de Barros.
Nos 800 m, Sanderlei Parrela ficou em segundo lugar, com o tempo de 1m46s88, e por pouco não atingiu o índice para Winnipeg (1m46s34). O vencedor foi o queniano Kenneth Kimwetich, que marcou 1m46s36.
Nos 110 m com barreiras, Márcio de Souza ficou com o terceiro lugar, marcando 13s76. No feminino, Elizângela Adriano também ficou com o bronze no arremesso de peso. Ela marcou 18,09 m.
Entre os estrangeiros, os destaques foram o jamaicano James Beckford, no salto em distância, e Samuel Matete, de Zâmbia. Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta e nos Mundiais de Gotemburgo (95) e Atenas (97), Beckford saltou 8,40 m para garantir o primeiro lugar. Já Samuel Matete correu os 400 m com barreiras em 48s97. Medalha de prata em Atlanta, Matete também detém o recorde do torneio (48s12).
Entre as mulheres, a búlgara Teresa Marinova venceu o salto triplo com 14,50 m, desbancando a tcheca Sarka Kasparova, campeã mundial em Atenas, que ficou em terceiro lugar, com 14,10 m. A grega Paraskevi Tsiamita saltou 14,27 m e obteve a segunda colocação.
O diretor-geral do GP Brasil, Victor Malzoni Jr., atribuiu à crise cambial a ausência de estrelas do atletismo internacional. Com uma lesão nos tendões, o jamaicano Donovan Bailey não pôde competir no Rio.
Já a alemã Astrid Kumbernuss, medalha de ouro em Atlanta, teve problemas em Portugal. O vôo que a traria de Lisboa foi cancelado, e Astrid não teve como chegar a tempo de competir.
Normalmente, o GP Brasil de atletismo consome US$ 800 mil (cerca de R$ 1,36 milhão) na organização. Este ano, o custo foi reduzido para R$ 600 mil.


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