São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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JUCA KFOURI

Depressão pós-Libertadores

São Paulo e Santos, como era previsível, curtiram suas ressacas ontem. E se pegam no domingo que vem

O FUTEBOL cobra, lembrou dia desses Muricy Ramalho.
Como cobrou do seu São Paulo e do Santos, tanto no Morumbi quanto no Mineirão. Sabe-se lá quanto cobrará na Vila Belmiro, na próxima rodada, no San-São.
Seja o preço que for, basta! É mais que hora de os dois times se concentrarem no Brasileirão.
O tricolor jogou discretamente no 1 a 1 com o Coritiba e até teria merecido a vitória não fosse o fato de o árbitro, no fim do jogo, ter deixado de marcar pênalti de Alex Silva em Rubens Cardoso. Visivelmente doído e sem alegria, diante de só 5.000 torcedores, o São Paulo precisa pensar as feridas abertas na Libertadores.
Já o Santos levou de 4 a 0 do Cruzeiro em um jogo em que até criou, embora o time mineiro tenha sido superior exatamente na medida publicada no placar. Também deprimido, o Santos mostrou uma estranha calma, talvez menos calma e mais, na verdade, conformismo, letargia, como se tivesse sido anestesiado.
Quiseram os santos que eles se encontrem na Vila. Que reajam.

A máscara
A distância entre o Verdão e a Lusa é a de um time campeão estadual para outro que ficou em décimo. Como estava escrito que paulistas não venceriam nesta rodada, o 1 a 1 foi desastroso para o salto alto palmeirense. Como foi desastrosa a arbitragem, que, nos oito primeiros minutos, deixou de marcar três pênaltis, dois para a Portuguesa e um para o Palmeiras.

O jogo
O jogo do ano para o Corinthians é o desta quarta, contra o Botafogo. Se passar, terá, é verdade, mais um, o decisivo da Copa do Brasil. Que, nunca é demais repisar, se vencida, poderá fazer de 2008 um ano agradavelmente inesquecível para os corintianos, ao contrário do que estava previsto para ser apenas a temporada da provação.

O estádio
O Maracanã é o palco. Depois de abrigar o extraordinário Fluminense x São Paulo, no sábado recebeu outro jogo muito bom e quase tão dramático, entre Flamengo e Inter, times que já estão concentrados só no Brasileirão. Que promete, tão logo terminem a Libertadores e a Copa do Brasil.

O tenista
Guga parou. Começa a lenda. Com quatro letras. Como Mané. Como Pelé. C'est fini. Merci. Está tombado. Muito obrigado.

O senador
Não conhecia pessoalmente o senador Jefferson Péres e só nos vimos uma vez. Em um corredor do Senado, na CPI do Futebol, em 2000. Ele se aproximou, apertou minha mão e disse, mais ou menos assim: "Menino, isso não vai dar em nada. Você está dando murro em ponta de faca. Mas não faz mal. Gosto de apertar mãos que sangram por esmurrar pontas de faca". Pois é. Foi o que ele passou a vida inteira fazendo. E ainda me chamou de menino... Que falta já faz!


blogdojuca@uol.com.br

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