DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário de outros episódios de lesão na carreira de Ronaldo, a contusão que desfalcará o Corinthians do maior artilheiro da história das Copas nos dois próximos jogos não provocou rompimento de fibras musculares.
Entre quinta e domingo passado, Ronaldo repousou, sob orientação do médico do Corinthians, Joaquim Grava. E já passou por reforço muscular. Hoje trabalha a parte física e amanhã e quinta fará treinamento físico e técnico.
""Trata-se de um edema [acúmulo] de água no músculo", explicou Grava. ""O Ronaldo não pode correr, o arranque ficou prejudicado. Por isso o afastei. Ele só retorna na outra quarta-feira."
Segundo especialistas médicos, que refutam o termo popular ""contratura" para a lesão de Ronaldo, o edema acontece quando há uma exigência mecânica maior do que o músculo consegue suportar naquele momento.
""A exigência pode ser súbita, que é quando o atleta estica a perna um pouco a mais e sente aquela fisgada, ou quando o músculo está fadigado. Quando ele vem jogando quarta, domingo, quarta, domingo etc. O músculo não se recupera, está menos resistente", explica Rogério Teixeira da Silva.
Ele é presidente do comitê de traumatologia desportiva da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.
""Esse tipo de problema tem três graus de gravidade: leve, moderado e grave, que correspondem a estiramento, distensão e, se o jogador segue forçando o local, ruptura", argumenta Ricardo Nahas, 55, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
""No grau um, em uma ou duas semanas o atleta está recuperado", diz Silva.
Os dois especialistas ouvidos pela reportagem se recusaram a estipular um prazo no caso do corintiano. Mas concordaram que a rota a seguir nesses casos é submetê- -lo a repouso e fisioterapia. ""Ele já passou por exercícios específicos", diz Grava.


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