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Sem fome de bola
Falta de atletas para compor 2 times, foco para a condição física e até presidente Lula fazem com que Dunga frustre seus jogadores e deixe o Brasil como o último a tocar na "redonda"
PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA
Ela até apareceu ontem,
em Curitiba, por cerca de 30
minutos. Mas, pelo menos
entre as principais seleções
do mundo, a brasileira é a
que menos quer saber da bola no início da preparação
para a Copa na África do Sul.
O time de Dunga é o que
mais demorou para fazer seu
primeiro treino com bola. Isso aconteceu apenas no
quinto dia após a apresentação no CT do Atlético-PR.
E, na semana inicial de
práticas, resumiu seu contato com a bola a um só dia, já
que hoje será impossível treinar. O time nacional tem saída prevista de Curitiba no fim
da manhã, o que, de acordo
com a CBF, impede a realização de um treino matinal.
O motivo da pressa é uma
visita ao presidente Lula, em
Brasília. Depois do encontro,
o time embarca para Johannesburgo, onde estreia no
Mundial no dia 15 de junho,
contra a Coreia do Norte.
O primeiro amistoso do
Brasil só deve acontecer no
13º ou 14º dia de preparação,
contra a seleção do Zimbábue. A data do jogo ainda não
foi definida pela CBF, será
dia 2 ou 3 de junho.
Tudo muito diferente dos
outros grandes do futebol.
A Argentina de Maradona
treinou com bola no mesmo
dia em que se apresentou em
Buenos Aires, assim como a
Espanha. A Alemanha começou a preparação em 12 de
maio e, no dia seguinte, já tinha amistoso agendado contra a seleção de Malta.
Os jogadores mostram
sentir falta da "redonda",
mas, como sempre, mostram
obediência às normas estipuladas pelo técnico Dunga.
"A gente queria muito treinar com bola, com os torcedores nos incentivando, mas
isso não é possível. Temos
que começar a preparação
como foi programada", disse
o lateral direito Daniel Alves.
"Só na África do Sul a gente vai ter mais contato com a
bola. Lá, o Dunga vai poder
ver quem está em melhores
condições", declarou o lateral esquerdo Gilberto.
Dunga optou por priorizar
exames médicos e testes físicos no início da preparação.
Mas, mesmo que quisesse,
o técnico não poderia fazer
um jogo entre titulares e reservas com times completos.
Isso porque, além dos problemas de Kaká, ele viu só
ontem o goleiro Júlio César
chegar a Curitiba e terá Maicon e Lúcio à disposição apenas na quinta-feira, em Johannesburgo. Os três ganharam folgas extras depois de
conquistar a Copa dos Campeões, no último sábado.
Os argentinos Samuel e
Milito, colegas do trio brasileiro na Inter, apresentaram
-se anteontem a Maradona.
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