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Brasil é favorito, mas sem brilho
Colunistas da Folha veem forte relação entre time atual e equipe do tetracampeonato, em 1994
Jorge Araújo/Folhapress
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José Henrique Mariante, PVC, Juca Kfouri e José Geraldo Couto
(esq. para dir.), na sabatina, ontem
DE SÃO PAULO
Para José Geraldo Couto e
Juca Kfouri, o Brasil é o maior
candidato a vencer a Copa da
África do Sul. Paulo Vinicius
Coelho põe Espanha e Inglaterra no patamar da seleção
brasileira, na luta pelo título.
Participantes de sabatina
da Folha, ontem, os três colunistas de Esporte concordam, porém, que o time de
Dunga não deve empolgar.
O evento aconteceu no
Teatro Folha, em São Paulo,
para 155 espectadores, e foi
mediado por José Henrique
Mariante, editor de Esporte.
"Se eu tivesse que apostar
em algum time, seria no Brasil. Mas, se vier, será uma
conquista como a de 1994,
com um meio-campo operário. Até porque tem a coincidência de o Kaká poder sair
do time, como o Raí saiu e
deu lugar ao Mazinho", disse
Juca, a caminho de sua sétima cobertura de Copa.
Couto também faz a ligação entre o time atual e o de
16 anos atrás. E há um elo forte: Dunga, capitão e líder do
time na conquista do tetra.
"A vida do Dunga gira em
torno daquela Copa. E temo
que tudo seja parecido, no
sentido de que o time vai
avançar aos trancos, com
mais sensação de alívio do
que de alegria com as vitórias. Será um time difícil de
ser derrotado, mas que dificilmente vai encantar", afirmou o colunista, que cobriu
a Copa de 98 e seguiu a seleção nos Jogos de Sydney.
NA HORA AGÁ
PVC usou o histórico recente para citar os potenciais
rivais do Brasil. Mas lembrou
que as últimas duas Copas
foram vencidas por seleções
que "cresceram na hora
agá". "E aí a Argentina pode
entrar, por exemplo. Goleou
ontem [anteontem] o Canadá
por 5 a 0 mas, mais importante, bateu a Alemanha, em
março, em Munique", disse.
PVC cobriu in loco os Mundiais de 1994, 1998 e 2006.
E é da Argentina outro
ponto de convergência do
debate. À pergunta de um leitor sobre o craque do Mundial, a resposta foi Messi.
Mas com ressalvas.
"Vai depender muito do
desempenho da Argentina e
do encaixe do Messi naquele
time. Mas, individualmente,
é o jogador que tem mais
chances de fazer misérias na
Copa", avaliou Couto.
Para PVC, a questão física
pode pesar na performance.
"É o melhor do mundo,
mas também tenho dúvidas.
O melhor em 2001 e 2002 foi o
Zidane, que fracassou na Copa, com desgaste físico. O Ronaldinho foi o melhor jogador antes da Copa de 2006,
mas fracassou na Copa. Fato
é que se joga muito mais agora do que em décadas passadas. Mas, com 22 anos, talvez
o Messi supere tudo isso."
A blindagem da seleção
em Curitiba, de onde o time
parte hoje, também foi tema
da sabatina. "Quem sabe isso
não faz a imprensa chapa-branca se tornar um pouco
crítica? Porque, agora, terão
as dificuldades que a gente
sempre teve", declarou Juca.
"Sejamos justos: foi bagunçado em Weggis, e a seleção fracassou na Copa da
Alemanha. Mas foi a mesma
coisa em Los Gatos [concentração da Copa dos EUA], e o
Brasil foi campeão. Então isso não é decisivo", disse PVC.
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