São Paulo, quarta-feira, 26 de maio de 2010

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Brasil é favorito, mas sem brilho

Colunistas da Folha veem forte relação entre time atual e equipe do tetracampeonato, em 1994

Jorge Araújo/Folhapress
José Henrique Mariante, PVC, Juca Kfouri e José Geraldo Couto (esq. para dir.), na sabatina, ontem

DE SÃO PAULO

Para José Geraldo Couto e Juca Kfouri, o Brasil é o maior candidato a vencer a Copa da África do Sul. Paulo Vinicius Coelho põe Espanha e Inglaterra no patamar da seleção brasileira, na luta pelo título.
Participantes de sabatina da Folha, ontem, os três colunistas de Esporte concordam, porém, que o time de Dunga não deve empolgar.
O evento aconteceu no Teatro Folha, em São Paulo, para 155 espectadores, e foi mediado por José Henrique Mariante, editor de Esporte.
"Se eu tivesse que apostar em algum time, seria no Brasil. Mas, se vier, será uma conquista como a de 1994, com um meio-campo operário. Até porque tem a coincidência de o Kaká poder sair do time, como o Raí saiu e deu lugar ao Mazinho", disse Juca, a caminho de sua sétima cobertura de Copa.
Couto também faz a ligação entre o time atual e o de 16 anos atrás. E há um elo forte: Dunga, capitão e líder do time na conquista do tetra.
"A vida do Dunga gira em torno daquela Copa. E temo que tudo seja parecido, no sentido de que o time vai avançar aos trancos, com mais sensação de alívio do que de alegria com as vitórias. Será um time difícil de ser derrotado, mas que dificilmente vai encantar", afirmou o colunista, que cobriu a Copa de 98 e seguiu a seleção nos Jogos de Sydney.

NA HORA AGÁ
PVC usou o histórico recente para citar os potenciais rivais do Brasil. Mas lembrou que as últimas duas Copas foram vencidas por seleções que "cresceram na hora agá". "E aí a Argentina pode entrar, por exemplo. Goleou ontem [anteontem] o Canadá por 5 a 0 mas, mais importante, bateu a Alemanha, em março, em Munique", disse.
PVC cobriu in loco os Mundiais de 1994, 1998 e 2006.
E é da Argentina outro ponto de convergência do debate. À pergunta de um leitor sobre o craque do Mundial, a resposta foi Messi.
Mas com ressalvas.
"Vai depender muito do desempenho da Argentina e do encaixe do Messi naquele time. Mas, individualmente, é o jogador que tem mais chances de fazer misérias na Copa", avaliou Couto.
Para PVC, a questão física pode pesar na performance.
"É o melhor do mundo, mas também tenho dúvidas. O melhor em 2001 e 2002 foi o Zidane, que fracassou na Copa, com desgaste físico. O Ronaldinho foi o melhor jogador antes da Copa de 2006, mas fracassou na Copa. Fato é que se joga muito mais agora do que em décadas passadas. Mas, com 22 anos, talvez o Messi supere tudo isso."
A blindagem da seleção em Curitiba, de onde o time parte hoje, também foi tema da sabatina. "Quem sabe isso não faz a imprensa chapa-branca se tornar um pouco crítica? Porque, agora, terão as dificuldades que a gente sempre teve", declarou Juca.
"Sejamos justos: foi bagunçado em Weggis, e a seleção fracassou na Copa da Alemanha. Mas foi a mesma coisa em Los Gatos [concentração da Copa dos EUA], e o Brasil foi campeão. Então isso não é decisivo", disse PVC.


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