|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ônibus supera o carro no trânsito de Johannesburgo
Novos corredores, testados pela Folha, são opção mais rápida para torcedores chegarem aos jogos do Brasil
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
Torcedores aflitos com o
confuso e travado trânsito de
Johannesburgo farão bem
em memorizar duas palavras
no idioma soto: "Rea Vaya".
Estamos nos movendo.
É esse o nome do novo sistema de corredores de ônibus
implantado na cidade e a melhor opção para ir aos dois estádios locais da Copa, o Ellis
Park e o Soccer City, segundo
teste feito pela reportagem.
Na primeira arena, o Brasil
estreia contra a Coreia do
Norte, em 15 de junho, e, na
segunda, pega a Costa do
Marfim, cinco dias depois.
Durante três dias, sempre
no mesmo horário -o rush
matinal-, os 13,9 km entre
os estádios foram percorridos pela reportagem de Rea
Vaya, de lotação e de carro.
O sistema de ônibus tem
falhas, como ter rotas restritas e um irritante intervalo de
até 20 minutos entre um carro e outro. Mas os veículos
novos, as estações modernas
(inspiradas nas de Curitiba,
no Paraná) e o fato de não pegar trânsito deixam o sistema
como a melhor alternativa.
No caminho do Ellis Park
ao Soccer City, foram 36 minutos, percorridos sentado.
Na volta, com o ônibus
mais cheio, foi preciso cumprir parte do trajeto em pé,
mas sem aperto. Uma mesma
linha liga os dois estádios,
cortando o Centro e chegando até a entrada de Soweto.
Na semana passada, o
ponto de ônibus em frente ao
Soccer City estava sendo finalizado, mas deve estar
pronto até 11 de junho.
Se há um inconveniente
inexplicável, é o fato de as estações serem "vazadas", deixando o passageiro -e a torcida- sujeito ao frio do rigoroso inverno sul-africano.
A passagem custa 6 rands,
ou R$ 1,50. Para cadeirantes,
há rampas especiais e lugares marcados. Se o torcedor
for usar o ônibus à noite, não
convém parar nas estações
do centro da cidade, área de
altos índices de violência.
Carros, apesar da privacidade, têm as desvantagens
de terem de encarar o trânsito caótico e a dificuldade de
estacionar perto das arenas.
E os táxis são caros e nem
sempre fáceis de se achar.
Texto Anterior: Nada mudou, afirma comitê organizador Próximo Texto: Novo sistema sofre ataques Índice
|